Protocolo de Radiografia das Articulações Sacroilíacas
1. Indicações Clínicas
A radiografia das articulações sacroilíacas (ASI) é solicitada para a avaliação de:
• Espondiloartropatias (ex: espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome de Reiter)
• Processos inflamatórios e infecciosos (artrite séptica, osteomielite)
• Doenças degenerativas (osteoartrose, disfunção sacroilíaca)
• Fraturas ou luxações (trauma pélvico, impacto axial)
• Tumores ósseos ou lesões líticas
• Disfunção biomecânica e dor sacroilíaca crônica
• Alterações congênitas (ex: sacralização de L5, hemipelve)
2. Posicionamento do Paciente
• O paciente deve estar em decúbito dorsal (supino) sobre a mesa radiográfica.
• Ombros e pelve devem estar alinhados para evitar rotação indesejada.
• As pernas devem estar estendidas, com os pés levemente rodados para dentro (aproximadamente 15°).
3. Incidências Radiográficas Padrão
1. Anteroposterior (AP) com Inclinação Cefálica
• O paciente em decúbito dorsal.
• O raio central deve ser inclinado cefalicamente 30-35° e direcionado para o meio da linha que une as espinhas ilíacas ântero-superiores (EIAS).
• Objetivo: Avaliação global das articulações sacroilíacas sem sobreposição da pelve.
2. Incidências Oblíquas Direita e Esquerda (Judet Modificado)
• O paciente deve ser posicionado em obliquidade de 25-30°, primeiro com um lado elevado e depois com o outro.
• O raio central deve incidir perpendicularmente sobre 2,5 cm medial à EIAS do lado elevado.
• Objetivo: Melhor visualização da articulação sacroilíaca do lado elevado.
3. Incidência de Inlet e Outlet da Pelve
• Inlet View: Raio central inclinado caudalmente 40° (avaliação do anel pélvico).
• Outlet View: Raio central inclinado cranialmente 30-35° (avaliação de fraturas do sacro e ramos púbicos).
4. Parâmetros Técnicos
• kVp: 75-85 kVp (boa penetração óssea)
• mAs: Ajustado conforme espessura do paciente
• Distância foco-filme (DFOF): 100-120 cm
• Grade antidispersora: Obrigatória, pois a região é espessa e gera dispersão
• Colimação: Ajustada para incluir ambas as articulações sacroilíacas
5. Critérios de Qualidade
• AP inclinada: Ambas as articulações sacroilíacas devem estar visíveis sem sobreposição excessiva da pelve.
• Oblíquas: Deve-se visualizar a articulação sacroilíaca do lado elevado, sem rotação excessiva.
• Imagens bem definidas e com contraste adequado para avaliação de irregularidades ósseas.
• Evitar artefatos e cortes anatômicos inadequados.
6. Considerações Especiais
• Espondilite Anquilosante: Pode ser necessário um estudo complementar com ressonância magnética (RM) para detectar inflamação ativa.
• Trauma: Se houver suspeita de fratura pélvica, a tomografia computadorizada (TC) pode ser indicada.
• Pediatria: Avaliação deve ser cuidadosa para descartar alterações congênitas.
• Disfunção sacroilíaca crônica: A RM pode ser útil para avaliar inflamação ou edema ósseo.