Protocolo de Radiografia do Sacro e Cóccix
1. Indicações Clínicas
A radiografia do sacro e cóccix é solicitada para avaliação de:
• Fraturas ou luxações (trauma direto, quedas sobre a região glútea)
• Lesões inflamatórias (sacroileíte, artrite séptica, espondilite anquilosante)
• Doenças degenerativas (osteoartrose sacrococcígea)
• Tumores ósseos (lesões líticas ou escleróticas)
• Deformidades congênitas (ex: espinha bífida oculta, sacralização, coccigodinia)
• Pós-operatório (avaliação de fusão sacral e instrumentação)
2. Posicionamento do Paciente
• O paciente deve estar em decúbito dorsal (supino) para as incidências AP e em decúbito ventral (pronação) para incidências laterais.
• Ombros e pelve devem estar alinhados para evitar rotação indesejada.
• As pernas devem estar estendidas, com os pés levemente rodados para dentro (aproximadamente 15°) para minimizar a sobreposição óssea.
3. Incidências Radiográficas Padrão
1. Anteroposterior (AP) do Sacro
• O paciente em decúbito dorsal.
• O raio central deve ser inclinado cranialmente 15°-20° e direcionado 5 cm abaixo da linha entre as espinhas ilíacas ântero-superiores (EIAS).
• Objetivo: Avaliação do sacro sem sobreposição da pelve.
2. Anteroposterior (AP) do Cóccix
• O paciente em decúbito dorsal.
• O raio central deve ser inclinado caudalmente 10°-15° e direcionado 5 cm abaixo da sínfise púbica.
• Objetivo: Melhor visualização do cóccix sem sobreposição da pelve.
3. Perfil do Sacro e Cóccix
• O paciente em decúbito lateral, com os joelhos flexionados para melhor apoio.
• O raio central deve incidir perpendicularmente a 3-4 cm atrás da sínfise púbica.
• Objetivo: Avaliação lateral do sacro e cóccix, visualizando melhor a curvatura e desalinhamentos ósseos.
4. Parâmetros Técnicos
• kVp: 75-85 kVp (boa penetração óssea)
• mAs: Ajustado conforme a espessura do paciente
• Distância foco-filme (DFOF): 100-120 cm
• Grade antidispersora: Obrigatória para minimizar dispersão, pois a região é espessa
• Colimação: Ajustada para incluir todo o sacro e cóccix
5. Critérios de Qualidade
• AP do Sacro: O sacro deve estar livre de sobreposição das asas ilíacas.
• AP do Cóccix: Deve haver visualização completa do cóccix, sem interferência da sínfise púbica.
• Perfil: O sacro e o cóccix devem estar bem alinhados, com definição das curvaturas e ausência de rotação.
• Imagens bem contrastadas, sem artefatos e cortes anatômicos inadequados.
6. Considerações Especiais
• Fratura de Cóccix: Pode ser necessária avaliação clínica complementar, pois muitas fraturas não são evidentes na radiografia.
• Dor Crônica: A ressonância magnética (RM) pode ser indicada para avaliação de inflamações ou lesões de partes moles.
• Trauma Grave: Se houver suspeita de fraturas complexas do sacro, a tomografia computadorizada (TC) pode ser indicada para análise tridimensional.
• Pediatria: Ajustar a técnica para minimizar dose de radiação.