Protocolo de Radiografia do Joelho
1. Indicações Clínicas
A radiografia do joelho é solicitada para avaliação de:
• Fraturas e luxações (platô tibial, patela, côndilos femorais)
• Lesões osteocondrais (ex: osteocondrite dissecante, fraturas de estresse)
• Processos degenerativos (osteoartrose, artrite reumatoide)
• Doenças inflamatórias e infecciosas (osteomielite, artrite séptica)
• Instabilidade ligamentar (ex: subluxações patelares, lesão do ligamento cruzado posterior com impacto ósseo)
• Doenças metabólicas (osteoporose, displasias ósseas)
• Pós-operatório (próteses de joelho, fixação de fraturas)
• Tumores ósseos ou lesões líticas
• Avaliação de desalinhamento biomecânico (ex: joelho valgo, joelho varo)
2. Posicionamento do Paciente
• O exame pode ser realizado com o paciente em decúbito dorsal (supino) ou em ortostase (de pé), dependendo da indicação.
• Ambos os joelhos devem ser avaliados em casos de osteoartrose ou alinhamento biomecânico.
• A perna deve estar estendida ou ligeiramente flexionada conforme a incidência necessária.
3. Incidências Radiográficas Padrão
1. Anteroposterior (AP)
• O paciente deve estar em decúbito dorsal ou ortostase.
• O feixe deve ser perpendicular ao receptor, incidindo 2 cm abaixo do ápice da patela.
• Objetivo: Avaliação da articulação femorotibial, alinhamento ósseo e presença de derrame articular.
2. Perfil (Lateral)
• O paciente deve estar em decúbito lateral, com o joelho do lado examinado flexionado em 20-30°.
• O raio central deve ser direcionado perpendicularmente para 2 cm abaixo do epicôndilo medial do fêmur.
• Objetivo: Avaliação da patela, espaço articular e alinhamento femorotibial.
3. Incidência Axial da Patela (Merchant ou Skyline)
• O joelho deve estar fletido entre 30-45° e o raio central inclinado caudalmente 30°.
• Objetivo: Avaliação da articulação femoropatelar e alinhamento da patela.
4. Incidência PA com Flexão de 30°-40° (Rosenberg)
• Paciente em ortostase com os joelhos flexionados em 30-40° e o feixe inclinado 10° caudalmente.
• Objetivo: Avaliação precoce de artrose femorotibial e redução do espaço articular.
5. Incidência do Túnel Intercondilar (Schuss)
• Paciente com joelho flexionado a 40°-50° e o raio central direcionado para o centro da fossa intercondilar.
• Objetivo: Avaliação da fossa intercondilar, lesões osteocondrais e corpos livres intra-articulares.
4. Parâmetros Técnicos
• kVp: 60-75 kVp
• mAs: Ajustado conforme a espessura do joelho
• Distância foco-filme (DFOF): 100-110 cm
• Grade antidispersora: Utilizada em joelhos com espessura >10 cm para minimizar dispersão
• Colimação: Deve incluir os côndilos femorais, a tíbia proximal e a patela
5. Critérios de Qualidade
• AP: Deve mostrar o espaço articular simétrico, sem rotação dos côndilos femorais.
• Perfil: A patela deve estar em perfil verdadeiro, com sobreposição mínima da tíbia e fêmur.
• Axial: A articulação femoropatelar deve ser claramente visualizada sem rotação.
• Sem artefatos e com contraste adequado para avaliação das corticais ósseas e do espaço articular.
6. Considerações Especiais
• Trauma: Se houver suspeita de fratura ou luxação, evitar movimentação excessiva do joelho.
• Pós-operatório: Avaliação da posição de próteses, parafusos e placas.
• Desalinhamento biomecânico: Pode ser necessária radiografia panorâmica dos membros inferiores para avaliar eixo mecânico.
• Artrite e artrose: A incidência de Rosenberg é essencial para diagnóstico precoce.