O protocolo para a sequência MAGiC, desenvolvida pela GE Healthcare, deve ser ajustado para permitir uma aquisição eficiente e fornecer múltiplos contrastes (T1, T2, PD, FLAIR, STIR) e mapas quantitativos (T1, T2, PD). A configuração precisa depende da área anatômica de interesse e da indicação clínica. Abaixo está um guia geral para a configuração do protocolo:
1. Parâmetros Básicos
Planejamento
- Plano anatômico: Ajuste os cortes com base no eixo da região de interesse (ex.: axial para cérebro, coronal para quadril).
- Cobertura anatômica: Certifique-se de cobrir toda a área de interesse.
- Espessura do corte: Geralmente de 3-5 mm, dependendo da resolução espacial necessária.
Resolução Espacial
- Voxels isotrópicos (opcional): 1 mm³ em exames de alta resolução, especialmente para reconstruções multiplanares.
- Matriz: 256 x 256 ou maior, dependendo da relação sinal-ruído (SNR) e do tempo disponível.
Tempo de Repetição (TR) e Tempo de Eco (TE):
- Multieco otimizado para fornecer informações de relaxamento em T1, T2 e densidade de prótons (PD).
2. Configurações de Protocolo
A. Aquisição
- Modo de aquisição: Multi-echo gradient-echo (3D ou 2D).
- FOV (campo de visão): Ajustar ao tamanho da região de interesse (ex.: 220–240 mm para cérebro).
- Número de ecos: Tipicamente 2 a 3 ecos para garantir precisão nos mapas quantitativos.
- Tempo de aquisição: Em média, 5-7 minutos para um exame cerebral padrão.
B. Pós-Processamento
- Geração de imagens contrastadas: T1, T2, PD, FLAIR e STIR a partir do mesmo conjunto de dados.
- Mapeamento quantitativo: Produção de mapas de relaxamento (T1, T2) e densidade de prótons.
- Ajuste de contraste: Personalização das ponderações em função da necessidade clínica.
3. Protocolos Específicos por Indicação
A. Exame Cerebral
- Planejamento: Cortes axiais paralelos à linha comissura anterior-posterior (CA-CP).
- Sequências derivadas:
- T1 (anatômico e volumétrico).
- T2 (edema e alterações de sinal).
- FLAIR (alterações hiperintensas em substância branca).
- Mapas quantitativos de T1 e T2 para avaliação de doenças neurodegenerativas.
B. Coluna Vertebral
- Planejamento: Cortes sagitais com cortes adicionais axiais focados em lesões.
- Sequências derivadas:
- T2 (edema ou compressão medular).
- STIR (avaliação de edema em estruturas ósseas ou tecidos moles).
- Mapas de T1 para caracterização de lesões ósseas.
C. Musculoesquelético
- Planejamento: Cortes ajustados ao eixo da articulação ou estrutura-alvo.
- Sequências derivadas:
- T2 para avaliação de líquidos (edema, derrame).
- STIR para inflamação ou edema ósseo.
- Mapas quantitativos de T2 para análise da cartilagem articular.
4. Benefícios de Personalização
- Contrastes ajustáveis: Permite que o radiologista ajuste a aparência das imagens após a aquisição.
- Volumetria e análise quantitativa: Pode ser usada para monitorar progressão de doenças ou resposta ao tratamento.
- Reconstrução multiplanar (MPR): Útil para criar cortes sagitais ou coronais a partir de uma aquisição isotrópica.
5. Dicas de Uso
- Treinamento de equipe: Certifique-se de que os operadores estão familiarizados com as ferramentas de pós-processamento MAGiC.
- Controle de qualidade: Verifique os mapas quantitativos para artefatos antes da conclusão do exame.
- Personalização para pediatria: Reduza o tempo de aquisição ajustando os parâmetros para melhorar a tolerância ao exame.
Exemplo de Protocolo para Exame Cerebral
- FOV: 220 x 220 mm.
- Espessura do corte: 4 mm.
- TR/TE: Multieco automático (gerado pelo sistema MAGiC).
- Matriz: 256 x 256.
- Tempo total: ~6 minutos.
- Imagens geradas:
- T1 axial.
- T2 axial.
- FLAIR axial.
- Mapas quantitativos de T1/T2.
Conclusão
O protocolo MAGiC deve ser ajustado para maximizar o benefício clínico em relação à área anatômica e à condição investigada. Ele é ideal para reduzir o tempo de exame, aumentar a eficiência e fornecer informações detalhadas, combinando imagens qualitativas e quantitativas em um único conjunto de dados.