A sequência SWI (Susceptibility Weighted Imaging) ou SWAN (Susceptibility Weighted Angiography) é uma técnica avançada de ressonância magnética (RM) utilizada para detectar variações de suscetibilidade magnética entre diferentes tecidos. É altamente sensível a depósitos de ferro, sangue e materiais calcificados, tornando-se uma ferramenta indispensável em determinadas condições clínicas.
Indicações para Utilização da Sequência SWI/SWAN
1. Neurorradiologia
Hemorragias Cerebrais:
- Detecção de micro-hemorragias (ex: associadas a trauma ou angiopatia amiloide).
- Identificação de sangramentos em diferentes estágios evolutivos, sendo superior à sequência T2* GRE em sensibilidade.
Malformações Vasculares:
- Avaliação de cavernomas, malformações arteriovenosas e telangiectasias capilares.
- Visualização do padrão vascular anômalo, como “cabeça de medusa” em cavernomas.
Doenças Degenerativas e Metabólicas:
- Doença de Parkinson e outras parkinsonianas: Investigação de depósitos de ferro em núcleos da base.
- Doença de Alzheimer: Detecção de depósitos de hemossiderina relacionados a micro-hemorragias.
Trauma Crânio-Encefálico:
- Identificação de lesões axonais difusas associadas a micro-hemorragias cerebrais.
Acidente Vascular Cerebral (AVC):
- Avaliação de áreas de transformação hemorrágica após AVC isquêmico.
- Delimitação de veias corticais dilatadas em isquemia crônica, sugestivas de alterações hemodinâmicas.
2. Musculoesquelético
- Depósitos de hemossiderina em lesões intra-articulares:
- Avaliação de sinovite hemofílica.
- Caracterização de lesões ósseas:
- Detecção de mineralizações ou hemorragias em tumores ou pseudotumores ósseos.
3. Cardiologia
- Hemossiderose miocárdica:
- Detecção de acúmulo de ferro no miocárdio em condições como talassemia.
4. Oncologia
- Tumores Cerebrais:
- Identificação de vasos intratumorais anômalos ou sangramentos associados a lesões neoplásicas.
- Avaliação de calcificações tumorais, com auxílio de outras sequências para confirmação.
5. Outras Aplicações
- Infecções e Inflamações:
- Identificação de tromboses venosas corticais ou seios venosos (trombose venosa cerebral).
- Distúrbios de coagulação:
- Avaliação de hemorragias espontâneas ou associadas a uso de anticoagulantes.
Vantagens da Sequência SWI/SWAN
- Sensibilidade superior a T2 GRE:* Especialmente em micro-hemorragias e depósitos de ferro.
- Visualização de estruturas vasculares pequenas: Como veias corticais e venulas.
- Diferenciação de calcificações vs. hemossiderina: Embora necessite de correlação com outras sequências (como CT para confirmar calcificações).
Limitações
- Artefatos de movimento: Podem comprometer a qualidade da imagem em pacientes não colaborativos.
- Maior tempo de aquisição: Em comparação a sequências T2* padrão.
- Suscetibilidade a inhomogeneidades de campo: Especialmente em áreas próximas a interfaces ar/tecido, como base do crânio.
Parâmetros Técnicos Gerais
- Alta resolução espacial para detectar pequenas alterações.
- Sequências ponderadas por gradiente-eco com fase de processamento para realce do contraste de suscetibilidade.
- Normalmente inclui máscara de fase para gerar imagens de magnitude e fase combinadas.
Conclusão
A sequência SWI/SWAN deve ser usada em situações onde a identificação de depósitos de ferro, calcificações ou micro-hemorragias seja crítica para o diagnóstico ou planejamento terapêutico. Ela é especialmente valiosa em condições neurológicas, traumatismos, oncologia e doenças vasculares.