Resumo: Administração de Meio de Contraste em Pacientes Grávidas ou com Suspeita de Gravidez
O uso de meios de contraste em gestantes deve ser criterioso, considerando os potenciais riscos ao feto e os benefícios do exame para a mãe.
1. Meios de Contraste Iodados (TC e Radiografia)
📌 Segurança e Risco Fetal:
- Os contrastes iodados atravessam a placenta e entram na circulação fetal.
- Não há evidências de teratogenicidade, mas há preocupação teórica com hipotireoidismo fetal, já que o iodo pode afetar a tireoide do feto.
- A Sociedade Americana de Radiologia (ACR) considera o risco mínimo, mas recomenda uso apenas se estritamente necessário.
✅ Recomendações:
- Evitar sempre que possível, especialmente no primeiro trimestre.
- Se necessário, informar a paciente sobre os riscos e benefícios.
- Pode ser feita avaliação da função tireoidiana do recém-nascido após o parto.
2. Meios de Contraste à Base de Gadolínio (RM)
📌 Segurança e Risco Fetal:
- O gadolínio atravessa a placenta e pode ser retido nos tecidos fetais.
- Estudos sugerem potencial risco de efeitos adversos tardios, como inflamação e toxicidade.
- Contraindicado de rotina, a menos que o exame seja essencial para a vida da mãe e nenhuma outra modalidade de imagem seja viável.
✅ Recomendações:
- Evitar sempre que possível.
- Se necessário, usar a menor dose possível e preferir gadolinínios macrocíclicos (menor retenção no organismo).
3. Abordagem Geral para Pacientes com Suspeita de Gravidez
- Perguntar sobre possibilidade de gravidez antes do exame.
- Se dúvida, teste de gravidez pode ser solicitado antes da administração do contraste.
- Se a paciente estiver grávida, considerar alternativas como ultrassonografia ou RM sem contraste.
Conclusão
A administração de contraste em gestantes deve ser evitada sempre que possível. Se for indispensável, é fundamental avaliar os riscos e benefícios, informar a paciente e minimizar a exposição fetal.