Minimização de Artefatos na Ressonância Magnética (RM)
Os artefatos na ressonância magnética (RM) podem comprometer a qualidade da imagem, dificultando o diagnóstico. Eles são causados por diversos fatores, como movimento do paciente, heterogeneidade do campo magnético, fluxo sanguíneo, interfaces de diferentes tecidos e presença de materiais metálicos. A seguir, estão os principais tipos de artefatos e as estratégias para minimizá-los.
1. Artefatos de Movimento
Causados por:
- Movimentos respiratórios, cardíacos ou musculares.
- Tremores involuntários ou incapacidade do paciente de permanecer imóvel.
Soluções:
- Utilizar sequências rápidas (EPI, FSE, GRE) para reduzir o tempo de aquisição.
- Imobilizar o paciente e fornecer instruções claras sobre respiração e permanência imóvel.
- Usar sincronização respiratória ou cardíaca (gating).
- Aplicar técnicas de supressão de movimento, como prospecção de fase (navigator echoes).
- Utilizar média de imagens (averaging) para reduzir artefatos residuais.
2. Artefatos Metálicos
Causados por:
- Próteses metálicas, marcapassos, clipes cirúrgicos e implantes dentários.
Soluções:
- Utilizar sequências com menor TE (Echo Time), como Fast Spin Echo (FSE).
- Reduzir a largura de banda do receptor para minimizar distorções.
- Ajustar o campo de visão (FOV) e espessura de corte para reduzir distorções ao redor do metal.
- Empregar técnicas de supressão de artefatos metálicos (MARS - Metal Artifact Reduction Sequences).
- Utilizar sequências de RM compatíveis com materiais metálicos, como STIR e Dixon.
3. Artefatos de Susceptibilidade Magnética
Causados por:
- Diferenças na susceptibilidade magnética entre tecidos (ex.: interfaces osso-ar, sangue-tecido).
Soluções:
- Reduzir o TE para minimizar o efeito da susceptibilidade.
- Utilizar sequência FSE em vez de GRE, pois é menos sensível a variações de campo magnético.
- Empregar técnicas de correção de susceptibilidade no pós-processamento da imagem.
- Usar sequências com supressão de gordura (FatSat) para reduzir artefatos em interfaces tecido-gordura.
4. Artefatos de Fluxo (Flow Artifacts)
Causados por:
- Movimento do sangue ou líquido cefalorraquidiano (LCR).
Soluções:
- Utilizar técnicas de saturação de fluxo (Flow Compensation, SAT Bands) para reduzir artefatos vasculares.
- Aplicar sincronização cardíaca (gating) para corrigir pulsação arterial.
- Ajustar o TR para minimizar variações de fluxo.
- Usar técnicas de contraste de fase para eliminar artefatos de fluxo sanguíneo.
5. Artefatos de Aliasing (Wrap Around)
Causados por:
- FOV pequeno, fazendo com que estruturas externas ao campo de visão apareçam na imagem.
Soluções:
- Aumentar o FOV para cobrir toda a área anatômica necessária.
- Utilizar técnicas de oversampling ou anti-aliasing, como NO-PHASE WRAP.
- Ajustar a direção da fase para evitar sobreposição de estruturas indesejadas.
6. Artefatos de Frequência de Radiofrequência (RF)
Causados por:
- Interferências externas de sinais de radiofrequência.
Soluções:
- Utilizar salas blindadas para reduzir interferência externa.
- Garantir aterramento adequado dos equipamentos.
- Verificar o posicionamento das bobinas de RF para evitar captação de sinais espúrios.
7. Artefatos de Homogeneidade do Campo Magnético (Shading)
Causados por:
- Desigualdade no campo magnético, levando a regiões de baixa ou alta intensidade de sinal.
Soluções:
- Recalibrar o magneto regularmente para manter a homogeneidade do campo magnético.
- Utilizar bobinas apropriadas e bem posicionadas para melhorar a recepção do sinal.
- Empregar técnicas de shim (ajuste do campo magnético) antes da aquisição das imagens.
8. Artefatos de Efeito de Volume Parcial
Causados por:
- Mistura de tecidos de diferentes densidades dentro de um mesmo voxel.
Soluções:
- Reduzir a espessura dos cortes para minimizar a superposição de tecidos.
- Utilizar técnicas de reconstrução multiplanar (MPR) para avaliar melhor a estrutura anatômica.