sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Minimização de Artefatos na Tomografia Computadorizada (TC)

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Minimização de Artefatos na Tomografia Computadorizada (TC)

Os artefatos na tomografia computadorizada (TC) podem comprometer a qualidade das imagens e dificultar o diagnóstico. Eles podem ser causados por diversos fatores, como metais, movimento do paciente, alta densidade de estruturas, falhas de reconstrução e dispersão do feixe de raios-X. A seguir, abordo os principais tipos de artefatos e estratégias para minimizá-los.


1. Artefatos de Movimento

Causados por: Movimentos voluntários (ex.: respiração, deglutição) ou involuntários (ex.: tremores, movimentos cardíacos).

Soluções:

  • Imobilizar o paciente e utilizar suportes adequados.
  • Instruir sobre apneia adequada em exames torácicos e abdominais.
  • Reduzir o tempo de aquisição (uso de scanners mais rápidos ou técnicas como TC de feixe cônico).
  • Utilizar técnicas de correção de movimento (algoritmos de reconstrução iterativa).

2. Artefatos Metálicos

Causados por: Próteses metálicas, implantes dentários, marcapassos, clipes cirúrgicos.

Soluções:

  • Reduzir o FOV para excluir o metal do campo de visão, quando possível.
  • Ajustar o kVp (valores mais altos, como 120-140 kVp, ajudam a reduzir os efeitos de endurecimento do feixe).
  • Usar algoritmos de redução de artefatos metálicos (MAR - Metal Artifact Reduction) disponíveis em tomógrafos mais modernos.
  • Técnicas de reconstrução iterativa ajudam a suavizar a presença de metais.
  • Angulação do Gantry pode ajudar a evitar artefatos em áreas específicas (ex.: órbitas e base do crânio).

3. Artefatos de Endurecimento do Feixe (Beam Hardening)

Causados por: Atenuação desigual dos raios-X ao passarem por tecidos de alta densidade (ex.: ossos, contraste iodado).

Soluções:

  • Ajustar os parâmetros de kVp e mAs para melhorar a penetração do feixe.
  • Utilizar filtros de feixe de raios-X para reduzir atenuação desigual.
  • Aplicar técnicas de correção de endurecimento do feixe nos softwares de reconstrução.
  • Em exames com contraste, utilizar protocolo de infusão adequado para evitar regiões com excesso de opacificação.

4. Artefatos de Volume Parcial

Causados por: Estruturas de diferentes densidades ocupando um único voxel (ex.: interfaces osso-músculo, pulmão-mediastino).

Soluções:

  • Reduzir a espessura de corte (usar fatias de 0,5 a 1 mm em estruturas pequenas).
  • Utilizar reconstruções multiplanares (MPR e 3D) para melhorar a avaliação de áreas complexas.

5. Artefatos de Aliasing

Causados por: Subamostragem do sinal devido a rotação rápida do tubo de raios-X ou baixa resolução espacial.

Soluções:

  • Aumentar o número de projeções durante a aquisição.
  • Reduzir a rotação do gantry, se possível.
  • Ajustar o tamanho do FOV para capturar toda a região de interesse sem cortes.

6. Artefatos de Dispersão (Scatter Artifacts)

Causados por: Dispersão dos fótons de raios-X, especialmente em exames de tórax e abdome com pacientes obesos.

Soluções:

  • Usar colimadores para reduzir dispersão secundária.
  • Ajustar os parâmetros de dose (mAs e kVp) para garantir melhor penetração do feixe.
  • Utilizar algoritmos de correção de dispersão no software de reconstrução.

7. Artefatos em Padrão de Anéis (Ring Artifacts)

Causados por: Defeito ou mau funcionamento de detectores individuais do tomógrafo.

Soluções:

  • Recalibrar o sistema de detecção antes do exame.
  • Manutenção periódica do tomógrafo para evitar falhas nos detectores.
  • Utilizar reconstrução iterativa para suavizar variações no sinal.

8. Artefatos de Contraste

Causados por: Administração inadequada de contraste iodado (excesso ou fluxo irregular).

Soluções:

  • Usar protocolos de infusão padronizados para evitar "picos" de contraste.
  • Ajustar o delay do bolus tracking para capturar a fase arterial, venosa ou tardia corretamente.
  • Utilizar contraste adequado para o tipo de exame e peso do paciente.