Protocolo de Radiografia da Mão
1. Indicações Clínicas
A radiografia da mão é solicitada para avaliação de:
• Fraturas (metacarpos, falanges, luxações articulares)
• Doenças degenerativas (osteoartrose, artrite reumatoide)
• Lesões inflamatórias (osteomielite, artrite infecciosa)
• Tumores ósseos ou lesões líticas
• Síndromes displásicas (ex: displasia óssea, osteogênese imperfeita)
• Doenças metabólicas (osteoporose, hiperparatireoidismo)
• Avaliação do crescimento ósseo em pediatria
• Pós-operatório (avaliação de fixadores, placas e parafusos)
2. Posicionamento do Paciente
• O paciente deve estar sentado ao lado da mesa de exame, com o membro superior apoiado.
• O ombro, cotovelo e mão devem estar no mesmo plano horizontal para evitar distorções.
• A mão deve ser mantida imóvel durante a exposição.
3. Incidências Radiográficas Padrão
1. Posteroanterior (PA)
• A mão deve estar apoiada com a palma para baixo sobre o receptor.
• Os dedos levemente afastados para evitar sobreposição.
• O raio central deve incidir perpendicularmente sobre o terceiro metacarpo.
• Objetivo: Avaliação geral da estrutura óssea da mão e articulações.
2. Perfil (Lateral)
• A borda medial da mão deve estar apoiada no receptor, com os dedos esticados ou em posição de leque.
• O raio central deve incidir perpendicularmente sobre a cabeça do segundo metacarpo.
• Objetivo: Avaliação de deslocamentos ósseos, fraturas e alinhamento articular.
3. Oblíqua (PA com rotação lateral a 45°)
• A mão deve ser rotacionada 45° lateralmente, apoiada sobre o receptor.
• O raio central deve incidir perpendicularmente sobre o terceiro metacarpo.
• Objetivo: Melhor visualização das articulações metacarpofalangianas e ossos do carpo.
4. Incidência de Dedo Individual (PA, Perfil e Oblíqua)
• O dedo afetado deve estar bem posicionado e separado dos demais.
• O raio central deve incidir sobre a articulação interfalangiana proximal.
• Objetivo: Avaliação de fraturas e lesões articulares específicas de cada dedo.
5. Incidência para Artrite (Norgaard ou “Bola de Gude”)
• Ambas as mãos são colocadas em posição oblíqua bilateral a 45°, como se segurassem uma bola.
• O raio central deve incidir sobre o nível das articulações metacarpofalangianas.
• Objetivo: Avaliação precoce de artrite reumatoide e outras artropatias inflamatórias.
4. Parâmetros Técnicos
• kVp: 50-60 kVp
• mAs: Ajustado conforme a espessura da mão
• Distância foco-filme (DFOF): 100 cm
• Grade antidispersora: Não necessária, pois a estrutura óssea é fina
• Colimação: Ajustada para incluir todos os ossos da mão e articulações
5. Critérios de Qualidade
• PA: Todos os ossos devem estar nítidos e sem sobreposição significativa.
• Perfil: Os metacarpos devem estar alinhados sem sobreposição excessiva.
• Oblíqua: Deve permitir visualização clara das articulações metacarpofalangianas.
• Sem artefatos e com nitidez adequada para avaliação das corticais ósseas.
6. Considerações Especiais
• Trauma: Se o paciente não conseguir posicionar a mão adequadamente, pode-se utilizar imobilizadores ou realizar incidências adaptadas.
• Pediatria: Ajustar parâmetros técnicos para minimizar dose de radiação.
• Pós-operatório: Avaliação de alinhamento de fixadores internos ou externos.
• Doenças reumatológicas: Incidência Norgaard pode ser fundamental para diagnóstico precoce.