Resumo: Extravasamento de Meio de Contraste – Recomendações e Evidências
O extravasamento de meio de contraste durante a injeção intravenosa é raro, mas pode causar complicações graves. Este resumo apresenta recomendações baseadas em evidências para minimizar riscos e gerenciar casos de extravasamento.
1. Frequência e Riscos
- Incidência: 0,1% a 1,2% das injeções intravenosas de contraste resultam em extravasamento.
- A maioria dos casos resolve sem complicações, mas lesões graves (como síndrome compartimental e necrose cutânea) são muito raras (<1%).
- O risco é maior em pacientes que:
- Não conseguem comunicar desconforto (ex.: sedados, crianças, idosos).
- Têm circulação alterada no membro injetado.
- Recebem injeção em locais periféricos (mão, punho, tornozelo).
- Usam contraste mais viscoso.
2. Prevenção
- Usar cateteres angiocath em vez de agulhas tipo “butterfly”.
- Confirmar o posicionamento intravenoso aspirando sangue e realizando uma injeção de teste com solução salina.
- Fixar bem o cateter para evitar deslocamento durante a injeção.
3. Avaliação e Tratamento do Extravasamento
- Exame físico imediato: avaliar dor, edema, eritema, parestesia, perfusão e mobilidade do membro afetado.
- Condutas iniciais:
- Elevar o membro acima do nível do coração.
- Aplicar compressas frias ou mornas (não há consenso sobre qual é melhor).
- Monitorar sintomas por várias horas, pois lesões podem se desenvolver tardiamente.
- Encaminhamento para cirurgia se houver sinais de lesão grave:
- Dor intensa e progressiva.
- Alteração na circulação (capilar lento, palidez, parestesia).
- Diminuição da mobilidade dos dedos.
- Ulceração ou bolhas na pele.
4. Considerações Especiais
- Injeção por cateter venoso central ou PICC: somente se o dispositivo for certificado para injeção sob pressão.
- Contraste à base de gadolínio: o extravasamento é menos comum e menos tóxico do que os contrastes iodados.
O reconhecimento precoce e o manejo adequado reduzem o risco de complicações graves associadas ao extravasamento de contraste.