quarta-feira, 5 de março de 2025

Extravasamento de Meio de Contraste – Recomendações e Evidências

 

Resumo: Extravasamento de Meio de Contraste – Recomendações e Evidências

O extravasamento de meio de contraste durante a injeção intravenosa é raro, mas pode causar complicações graves. Este resumo apresenta recomendações baseadas em evidências para minimizar riscos e gerenciar casos de extravasamento.

1. Frequência e Riscos

  • Incidência: 0,1% a 1,2% das injeções intravenosas de contraste resultam em extravasamento.
  • A maioria dos casos resolve sem complicações, mas lesões graves (como síndrome compartimental e necrose cutânea) são muito raras (<1%).
  • O risco é maior em pacientes que:
    • Não conseguem comunicar desconforto (ex.: sedados, crianças, idosos).
    • Têm circulação alterada no membro injetado.
    • Recebem injeção em locais periféricos (mão, punho, tornozelo).
    • Usam contraste mais viscoso.

2. Prevenção

  • Usar cateteres angiocath em vez de agulhas tipo “butterfly”.
  • Confirmar o posicionamento intravenoso aspirando sangue e realizando uma injeção de teste com solução salina.
  • Fixar bem o cateter para evitar deslocamento durante a injeção.

3. Avaliação e Tratamento do Extravasamento

  • Exame físico imediato: avaliar dor, edema, eritema, parestesia, perfusão e mobilidade do membro afetado.
  • Condutas iniciais:
    • Elevar o membro acima do nível do coração.
    • Aplicar compressas frias ou mornas (não há consenso sobre qual é melhor).
    • Monitorar sintomas por várias horas, pois lesões podem se desenvolver tardiamente.
  • Encaminhamento para cirurgia se houver sinais de lesão grave:
    • Dor intensa e progressiva.
    • Alteração na circulação (capilar lento, palidez, parestesia).
    • Diminuição da mobilidade dos dedos.
    • Ulceração ou bolhas na pele.

4. Considerações Especiais

  • Injeção por cateter venoso central ou PICC: somente se o dispositivo for certificado para injeção sob pressão.
  • Contraste à base de gadolínio: o extravasamento é menos comum e menos tóxico do que os contrastes iodados.

O reconhecimento precoce e o manejo adequado reduzem o risco de complicações graves associadas ao extravasamento de contraste.