sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Protocolo de Ressonância Magnética (RM) para Espondiloartropatias Inflamatórias (Espondilite Anquilosante, Artrite Psoriásica, etc.)

 

Protocolo de Ressonância Magnética (RM) para Espondiloartropatias Inflamatórias (Espondilite Anquilosante, Artrite Psoriásica, etc.)

A ressonância magnética (RM) é o exame mais sensível para a detecção precoce das espondiloartropatias inflamatórias, incluindo espondilite anquilosante, artrite psoriásica e artrite reativa. A RM permite avaliar sacroileíte, edema ósseo, sinovite, entesite e alterações estruturais tardias, auxiliando no diagnóstico precoce e no monitoramento da resposta ao tratamento.


1. Posicionamento do Paciente

  • Posição: Decúbito dorsal, com a coluna alinhada e os quadris neutros.
  • Coil: Bobina de coluna de múltiplos canais para melhor relação sinal-ruído.
  • Imobilização: Uso de suportes laterais para minimizar movimentação respiratória.

2. Sequências de Exame e Parâmetros Técnicos

Sacroilíacas (Sacroileíte e Edema Ósseo)

Sequência Plano TR/TE (ms) Espessura (mm) Observações
T1 Sagital e Coronal Coronal oblíquo 500-700 / 10-15 3-5 Avaliação anatômica e erosões ósseas.
T2 STIR Sagital e Coronal Coronal oblíquo 4000-6000 / 50-80 3-5 Melhor sequência para edema ósseo e inflamação ativa.
T1 Pós-Contraste (Gadolínio 0,1 mmol/kg) Coronal oblíquo 500-700 / 10-15 3-5 Diferencia inflamação ativa de fibrose.

Coluna Vertebral (Espondilite e Inflamação dos Ligamentos)

Sequência Plano TR/TE (ms) Espessura (mm) Observações
T1 Sagital Sagital 500-700 / 10-15 3-5 Avaliação da integridade óssea e formação de sindesmófitos.
T2 STIR Sagital Sagital 4000-6000 / 50-80 3-5 Detecta edema ósseo em espondilite ativa.
T2 Axial Axial 3000-4000 / 80-120 2-3 Avaliação das articulações facetárias e inflamação ligamentar.

3. Achados Característicos nas Espondiloartropatias Inflamatórias

1. Fase Precoce (Edema Ósseo e Sacroileíte Ativa)

  • T2 STIR Sacroilíacas: Hiperintensidade nas superfícies articulares, indicando inflamação ativa.
  • T1 Coronal: Presença de erosões ósseas e irregularidade articular.
  • T1 Pós-Contraste: Realce sinovial associado à sacroileíte ativa.

2. Fase Intermediária (Erosões, Entesite e Sinovite)

  • T2 STIR Sagital: Hiperintensidade nos entheses vertebrais, compatível com espondilite ativa.
  • T2 Axial: Inflamação das articulações facetárias e espessamento ligamentar.

3. Fase Avançada (Fusão Óssea e Deformidade)

  • T1 Sagital: Formação de sindesmófitos e ossificação dos ligamentos longitudinais.
  • T2 STIR: Redução do edema ósseo, substituído por fibrose.

4. Indicações Clínicas

  • Investigação de sacroileíte e dor lombar inflamatória persistente.
  • Diferenciação entre espondiloartropatias inflamatórias e degenerativas.
  • Monitoramento da resposta ao tratamento biológico ou imunossupressor.
  • Avaliação de inflamação ativa versus fibrose na sacroileíte.

5. Preparação do Paciente

  • Contraste: Indispensável para avaliar atividade inflamatória na sacroileíte.
  • Jejum: Recomendado de 4 horas antes do exame se houver administração de contraste.
  • Histórico Clínico: Importante correlacionar com sintomas inflamatórios, história familiar de espondiloartropatias e testes genéticos (HLA-B27).

6. Destaques

  • T2 STIR é essencial para detectar edema ósseo na fase ativa da doença.
  • T1 pós-contraste diferencia inflamação ativa de fibrose crônica.
  • T2 Axial permite avaliar inflamação das articulações facetárias e ligamentos.
  • Coronal oblíquo é a melhor orientação para estudar as articulações sacroilíacas.