Protocolo de Ressonância Magnética (RM) para Espondiloartropatias Inflamatórias (Espondilite Anquilosante, Artrite Psoriásica, etc.)
A ressonância magnética (RM) é o exame mais sensível para a detecção precoce das espondiloartropatias inflamatórias, incluindo espondilite anquilosante, artrite psoriásica e artrite reativa. A RM permite avaliar sacroileíte, edema ósseo, sinovite, entesite e alterações estruturais tardias, auxiliando no diagnóstico precoce e no monitoramento da resposta ao tratamento.
1. Posicionamento do Paciente
- Posição: Decúbito dorsal, com a coluna alinhada e os quadris neutros.
- Coil: Bobina de coluna de múltiplos canais para melhor relação sinal-ruído.
- Imobilização: Uso de suportes laterais para minimizar movimentação respiratória.
2. Sequências de Exame e Parâmetros Técnicos
Sacroilíacas (Sacroileíte e Edema Ósseo)
Sequência | Plano | TR/TE (ms) | Espessura (mm) | Observações |
---|---|---|---|---|
T1 Sagital e Coronal | Coronal oblíquo | 500-700 / 10-15 | 3-5 | Avaliação anatômica e erosões ósseas. |
T2 STIR Sagital e Coronal | Coronal oblíquo | 4000-6000 / 50-80 | 3-5 | Melhor sequência para edema ósseo e inflamação ativa. |
T1 Pós-Contraste (Gadolínio 0,1 mmol/kg) | Coronal oblíquo | 500-700 / 10-15 | 3-5 | Diferencia inflamação ativa de fibrose. |
Coluna Vertebral (Espondilite e Inflamação dos Ligamentos)
Sequência | Plano | TR/TE (ms) | Espessura (mm) | Observações |
---|---|---|---|---|
T1 Sagital | Sagital | 500-700 / 10-15 | 3-5 | Avaliação da integridade óssea e formação de sindesmófitos. |
T2 STIR Sagital | Sagital | 4000-6000 / 50-80 | 3-5 | Detecta edema ósseo em espondilite ativa. |
T2 Axial | Axial | 3000-4000 / 80-120 | 2-3 | Avaliação das articulações facetárias e inflamação ligamentar. |
3. Achados Característicos nas Espondiloartropatias Inflamatórias
1. Fase Precoce (Edema Ósseo e Sacroileíte Ativa)
- T2 STIR Sacroilíacas: Hiperintensidade nas superfícies articulares, indicando inflamação ativa.
- T1 Coronal: Presença de erosões ósseas e irregularidade articular.
- T1 Pós-Contraste: Realce sinovial associado à sacroileíte ativa.
2. Fase Intermediária (Erosões, Entesite e Sinovite)
- T2 STIR Sagital: Hiperintensidade nos entheses vertebrais, compatível com espondilite ativa.
- T2 Axial: Inflamação das articulações facetárias e espessamento ligamentar.
3. Fase Avançada (Fusão Óssea e Deformidade)
- T1 Sagital: Formação de sindesmófitos e ossificação dos ligamentos longitudinais.
- T2 STIR: Redução do edema ósseo, substituído por fibrose.
4. Indicações Clínicas
- Investigação de sacroileíte e dor lombar inflamatória persistente.
- Diferenciação entre espondiloartropatias inflamatórias e degenerativas.
- Monitoramento da resposta ao tratamento biológico ou imunossupressor.
- Avaliação de inflamação ativa versus fibrose na sacroileíte.
5. Preparação do Paciente
- Contraste: Indispensável para avaliar atividade inflamatória na sacroileíte.
- Jejum: Recomendado de 4 horas antes do exame se houver administração de contraste.
- Histórico Clínico: Importante correlacionar com sintomas inflamatórios, história familiar de espondiloartropatias e testes genéticos (HLA-B27).
6. Destaques
- T2 STIR é essencial para detectar edema ósseo na fase ativa da doença.
- T1 pós-contraste diferencia inflamação ativa de fibrose crônica.
- T2 Axial permite avaliar inflamação das articulações facetárias e ligamentos.
- Coronal oblíquo é a melhor orientação para estudar as articulações sacroilíacas.