Preparo Intestinal em Pacientes com Colostomia
O preparo intestinal para ressonância magnética (RM) da pelve em pacientes com colostomia deve ser adaptado para evitar desconforto e garantir a melhor qualidade de imagem possível. A abordagem dependerá do objetivo do exame e da condição clínica do paciente.
1. Objetivo do Preparo
- Reduzir a presença de resíduos intestinais que possam gerar artefatos e comprometer a avaliação das estruturas pélvicas.
- Melhorar a distensão intestinal para melhor diferenciação de alças intestinais e órgãos adjacentes.
2. Considerações Específicas para Pacientes com Colostomia
Pacientes com colostomia podem ter uma eliminação mais rápida do conteúdo intestinal, e o uso de laxantes deve ser cauteloso para evitar desidratação e desequilíbrios eletrolíticos.
3. Protocolo de Preparo
A) Dieta Prévia ao Exame (1-2 dias antes)
- Alimentos Permitidos: Dieta leve, preferencialmente pobre em resíduos (exemplo: caldos coados, arroz branco, purês, carnes magras).
- Evitar: Alimentos ricos em fibras (vegetais crus, frutas com casca, grãos integrais), derivados do leite, bebidas gaseificadas.
- Hidratação Adequada: Incentivar ingestão de água (1,5 a 2 litros/dia), salvo contraindicações médicas.
B) Uso de Laxantes
- Evitar laxantes irritantes como bisacodil, devido ao risco de cólicas e desidratação.
- Opção recomendada: Polietilenoglicol (PEG) ou soluções isotônicas para lavagem intestinal, se necessário, conforme tolerância e sob supervisão médica.
- Em pacientes com colostomia baixa (sigmoide ou descendente), um enema evacuante pode ser considerado no dia anterior ao exame.
C) Medicações Antiespasmódicas
- Butilbrometo de escopolamina (Buscopan®) pode ser administrado antes do exame (se não houver contraindicações) para reduzir peristalse e artefatos de movimento.
D) Esvaziamento da Bolsa de Colostomia
- O paciente deve ser orientado a esvaziar a bolsa de colostomia antes do exame para evitar vazamentos e desconforto.
4. Durante o Exame
- Posicionamento: Decúbito dorsal, com suporte para evitar desconforto relacionado à colostomia.
- Meios de Contraste:
- Gadolínio intravenoso pode ser indicado dependendo da suspeita clínica.
- Gel retal (quando aplicável): Em alguns casos, pode-se usar gel de ultrassom na ampola retal para distensão, mas em pacientes com colostomia essa prática pode ser dispensada.
5. Ajustes no Protocolo de Aquisição
- Sequências T2 em cortes axiais, coronais e sagitais para avaliação detalhada das estruturas pélvicas.
- DWI (difusão) e T1 com contraste, se houver suspeita de tumor, fístula ou processo inflamatório.
- Sequências volumétricas 3D podem ser adicionadas, dependendo da necessidade clínica.
6. Considerações Finais
- O preparo deve ser individualizado, especialmente em pacientes com alterações na motilidade intestinal.
- O radiologista deve estar ciente da presença da colostomia para evitar confusão com estruturas anatômicas normais ou patológicas.
Se o exame for solicitado para avaliação de complicações da colostomia (como hérnias, fístulas ou estenoses), o preparo pode ser modificado conforme a necessidade diagnóstica.