domingo, 9 de fevereiro de 2025

PROTOCOLO: ANGIOTOMOGRAFIA VENOSA DOS MEMBROS INFERIORES

 

PROTOCOLO: ANGIOTOMOGRAFIA VENOSA DOS MEMBROS INFERIORES


A Angiotomografia Venosa dos Membros Inferiores (Angio-TC Venosa) é utilizada para a avaliação das veias profundas e superficiais, sendo fundamental no diagnóstico de trombose venosa profunda (TVP), insuficiência venosa crônica, varizes e síndrome pós-trombótica.

1. Posicionamento do Paciente

Posição: Decúbito dorsal, com os membros inferiores estendidos e levemente afastados para evitar sobreposição.

Imobilização: Uso de apoios para os pés e travesseiro sob os joelhos para conforto e estabilidade.

Braços: Preferencialmente posicionados acima da cabeça para minimizar artefatos.

2. Preparação do Paciente

Jejum: 4 a 6 horas antes do exame para evitar reações adversas ao contraste.

Hidratação: Incentivada antes e depois do exame para proteção renal, principalmente em pacientes de risco.

Creatinina e eTFG: Avaliação prévia em pacientes com risco de nefropatia induzida por contraste.

Histórico Clínico: Verificar antecedentes de insuficiência renal, alergia a contraste iodado e estado de coagulação.

3. Protocolo de Aquisição


Equipamento

Tomógrafo multislice (mínimo de 16 canais; idealmente ≥64 canais para melhor resolução e cobertura rápida).


Parâmetros Técnicos

kVp: 100-120 kVp (ajustado conforme o biotipo do paciente).

mAs: Dose ajustada automaticamente para minimizar radiação (AutomA ou similar).

Espessura de corte: 0,625 – 1,0 mm para reconstruções detalhadas.

Pitch: 0,8 – 1,2.

FOV: Abrangendo desde a veia cava inferior até os pés.

Matriz: 512 x 512.

4. Protocolo de Contraste

Tipo: Contraste iodado não iônico (Ex: ioexol 350 mg/mL ou iodixanol 320 mg/mL).

Volume: 100-150 mL, dependendo do peso do paciente.

Taxa de injeção: 3,5 - 5,0 mL/s em acesso venoso calibroso (18-20G), preferencialmente em veia do membro superior contralateral ao estudado.

Técnica de Aquisição:

Fase tardia (Fase Venosa): Imagens adquiridas 60 a 90 segundos após a injeção do contraste.

Técnica de compressão venosa dinâmica (opcional): Pode ser realizada para melhor opacificação das veias profundas, aplicando-se compressão intermitente nos membros inferiores.

5. Sequência de Aquisição

1. Scout (Topograma): Desde a veia cava inferior (nível de T12-L1) até os pés.

2. Aquisição Sem Contraste (Opcional): Útil para detectar trombos calcificados ou avaliação prévia da anatomia venosa.

3. Aquisição Venosa (60-90s após injeção): Garantindo opacificação adequada das veias profundas e superficiais.

6. Reconstruções e Reformatações

Axial: Espessura de 0,6 – 1,0 mm.

MPR (Multiplanar Reconstructions): Sagital e coronal para avaliação da anatomia venosa.

MIP (Maximum Intensity Projection): Para melhor definição das veias trombosadas ou dilatadas.

3D Volume Rendering (VR): Para planejamento cirúrgico e avaliação de varizes ou malformações vasculares.

7. Indicações Clínicas

Trombose Venosa Profunda (TVP).

Síndrome pós-trombótica.

Síndrome de May-Thurner (compressão da veia ilíaca esquerda).

Insuficiência venosa crônica e varizes.

Avaliação pré e pós-operatória de cirurgia vascular.

Pesquisa de tromboembolismo venoso.

Malformações vasculares venosas.

8. Considerações Especiais

Pacientes com insuficiência renal: Avaliação rigorosa da função renal e possível necessidade de hidratação antes e depois do exame.

Pacientes alérgicos a contraste iodado: Pré-medicação com corticosteroides e anti-histamínicos conforme protocolo médico.

Uso de bandagem compressiva: Pode ser realizada para melhorar a opacificação venosa em alguns casos de insuficiência venosa.

Pacientes com contraindicação ao uso de contraste: Alternativas incluem ultrassonografia Doppler venoso.