segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Protocolo de Angiotomografia Venosa do Abdome Superior

 

Protocolo de Angiotomografia Venosa do Abdome Superior


1. Indicações Clínicas


A angiotomografia venosa do abdome superior é utilizada para avaliação de patologias venosas, incluindo:

Trombose venosa profunda (TVP) abdominal (ex.: veia cava inferior, veias renais, veias hepáticas)

Síndrome de Budd-Chiari (trombose das veias hepáticas)

Trombose da veia porta e de seus ramos

Trombose ou compressão da veia cava inferior

Síndrome do quebra-nozes (compressão da veia renal esquerda entre a aorta e a artéria mesentérica superior)

Síndrome de congestão hepática e hipertensão portal

Malformações vasculares abdominais


2. Preparação do Paciente

Jejum: 4 a 6 horas antes do exame (evita desconforto gástrico pelo contraste).

Hidratação oral: Recomendado, exceto em pacientes com restrição hídrica.

Avaliação da função renal: Necessária em pacientes com risco de nefropatia por contraste.

Remoção de metais: Evitar artefatos na imagem.


3. Posicionamento do Paciente

Decúbito dorsal na mesa do tomógrafo.

Braços elevados acima da cabeça para minimizar artefatos.

Respiração: Instruir o paciente a realizar apneia curta durante a aquisição.

Imobilização: Apoios podem ser utilizados para minimizar movimentos.


4. Protocolo de Aquisição da TC

Tomógrafo Multislice (64 canais ou superior)

Aquisição volumétrica helicoidal

Campo de visão (FOV): Do diafragma até o nível das cristas ilíacas (ou conforme a indicação)

Colimação: 0,625–1,25 mm

Espessura de corte: 1 mm com reconstrução em 0,75 mm

Pitch: 0,9–1,2

kVp: 100–120 kVp

mAs: Automático com controle de dose

Reconstruções: Axial, coronal e sagital


5. Uso de Contraste

Tipo: Meio de contraste iodado não iônico (Ex: Iohexol 350 mgI/mL ou equivalente)

Volume: 80–120 mL (ajustado ao peso do paciente)

Velocidade de injeção: 4–5 mL/s

Via de administração: Veia antecubital, preferencialmente com acesso 18G

Técnica de rastreamento: Bolus tracking na veia porta ou veia cava inferior, com ROI definido a aproximadamente 100 HU para início da aquisição


6. Fases de Aquisição

1. Fase sem contraste (opcional, útil para avaliação de trombos calcificados ou flebólitos)

2. Fase venosa (40–60 segundos após a injeção de contraste) – Principal fase para avaliação da veia porta, veias hepáticas, veia cava inferior e veias renais

3. Fase tardia (60–90 segundos) – Pode ser útil na avaliação de congestão hepática e malformações vasculares


7. Pós-Processamento e Reconstruções

Reconstrução MPR (Multiplanar): Axial, coronal e sagital

MIP (Maximum Intensity Projection): Para melhor visualização do sistema venoso

3D Volume Rendering: Para reconstrução tridimensional da anatomia vascular

Curved Planar Reconstruction (CPR): Para avaliação detalhada da veia cava inferior e veia porta


8. Considerações de Segurança

Monitoramento de reações adversas ao contraste.

Avaliação da função renal antes da injeção de contraste, principalmente em pacientes com fatores de risco.

Uso de protocolos de redução de dose, especialmente para pacientes pediátricos e gestantes.