Protocolo de Radiografia das Órbitas
A radiografia das órbitas é utilizada para avaliar fraturas orbitárias (fratura em “blow-out”), corpos estranhos intraoculares, tumores ósseos, sinusopatias orbitárias e alterações congênitas.
Embora a tomografia computadorizada (TC) seja o exame de escolha para traumas orbitários, a radiografia ainda pode ser solicitada para triagem inicial, especialmente em suspeita de corpos estranhos metálicos antes de exames de ressonância magnética (RM).
O exame inclui três incidências principais:
1. Waters (mento-naso) – Melhor para assoalho orbital e seios maxilares.
2. Caldwell (PA Axial) – Melhor para paredes orbitárias e seios frontais.
3. Lateral das órbitas – Para avaliação do contorno ósseo.
1. Posicionamento do Paciente e Técnica Radiográfica
1.1 Incidência de Waters (Mento-Naso) – Melhor para Assoalho Orbitário e Fraturas Blow-Out
Essa incidência é essencial para avaliar fraturas do assoalho da órbita e a relação com os seios maxilares.
• Posição do paciente:
• Paciente em ortostático ou decúbito ventral.
• Queixo apoiado no receptor de imagem.
• OML (linha orbitomeatal) forma um ângulo de 37° com o receptor.
• Parâmetros técnicos:
• kVp: 70-80
• mAs: 12-25
• DFF: 100-110 cm
• Raio central: Perpendicular ao receptor, incidindo no acantio.
• Critérios de imagem adequada:
• Visualização completa do assoalho orbitário e das bordas orbitárias.
• Seios maxilares visíveis para verificar deslocamento ósseo.
• Osso petroso posicionado abaixo dos seios maxilares.
1.2 Incidência de Caldwell (PA Axial) – Melhor para Paredes Orbitárias e Corpos Estranhos
Essa incidência é usada para avaliação de fraturas orbitárias superiores, corpos estranhos e seios frontais.
• Posição do paciente:
• Paciente em ortostático ou decúbito ventral.
• Nariz e testa apoiados no receptor.
• OML perpendicular ao receptor.
• Parâmetros técnicos:
• kVp: 70-80
• mAs: 12-25
• DFF: 100-110 cm
• Raio central:
• Angulado 15° caudal, incidindo na glabela.
• Critérios de imagem adequada:
• Órbitas simétricas sem rotação.
• Bordas orbitárias bem definidas.
• Petrosas no terço inferior das órbitas.
1.3 Incidência Lateral das Órbitas – Melhor para Corpos Estranhos e Fraturas
Essa incidência é ideal para avaliar corpos estranhos intraoculares e fraturas orbitárias laterais.
• Posição do paciente:
• Paciente em ortostático ou decúbito lateral.
• Cabeça lateralizada, lado de interesse próximo ao receptor.
• Plano interpupilar perpendicular ao receptor.
• Parâmetros técnicos:
• kVp: 65-75
• mAs: 8-15
• DFF: 100-110 cm
• Raio central: Perpendicular, incidindo no meio da órbita.
• Critérios de imagem adequada:
• Órbitas superpostas sem desalinhamento.
• Fissura orbital superior e canal óptico bem visíveis.
• Sem sobreposição da base do crânio.
2. Indicações do Exame
• Fratura do assoalho orbitário (“blow-out fracture”).
• Fraturas orbitárias superiores e laterais.
• Pesquisa de corpos estranhos metálicos antes de exame de ressonância magnética (RM).
• Tumores ósseos orbitários.
• Processos inflamatórios e sinusopatias orbitárias.
3. Considerações Especiais
• Proteção radiológica: Avental de chumbo deve ser utilizado para proteção da tireoide e do tórax.
• Pacientes pediátricos: Ajustar os parâmetros técnicos para reduzir a exposição à radiação.
• Se houver suspeita de fraturas múltiplas ou lesões orbitárias complexas: A TC de órbitas é recomendada para melhor detalhamento.
• Se suspeita de corpo estranho metálico intraocular: O exame deve ser feito antes de qualquer ressonância magnética (RM) para evitar riscos.