quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Protocolo de Radiografia das Órbitas

 

Protocolo de Radiografia das Órbitas


A radiografia das órbitas é utilizada para avaliar fraturas orbitárias (fratura em “blow-out”), corpos estranhos intraoculares, tumores ósseos, sinusopatias orbitárias e alterações congênitas.


Embora a tomografia computadorizada (TC) seja o exame de escolha para traumas orbitários, a radiografia ainda pode ser solicitada para triagem inicial, especialmente em suspeita de corpos estranhos metálicos antes de exames de ressonância magnética (RM).


O exame inclui três incidências principais:

1. Waters (mento-naso) – Melhor para assoalho orbital e seios maxilares.

2. Caldwell (PA Axial) – Melhor para paredes orbitárias e seios frontais.

3. Lateral das órbitas – Para avaliação do contorno ósseo.

1. Posicionamento do Paciente e Técnica Radiográfica


1.1 Incidência de Waters (Mento-Naso) – Melhor para Assoalho Orbitário e Fraturas Blow-Out


Essa incidência é essencial para avaliar fraturas do assoalho da órbita e a relação com os seios maxilares.

Posição do paciente:

Paciente em ortostático ou decúbito ventral.

Queixo apoiado no receptor de imagem.

OML (linha orbitomeatal) forma um ângulo de 37° com o receptor.

Parâmetros técnicos:

kVp: 70-80

mAs: 12-25

DFF: 100-110 cm

Raio central: Perpendicular ao receptor, incidindo no acantio.

Critérios de imagem adequada:

Visualização completa do assoalho orbitário e das bordas orbitárias.

Seios maxilares visíveis para verificar deslocamento ósseo.

Osso petroso posicionado abaixo dos seios maxilares.

1.2 Incidência de Caldwell (PA Axial) – Melhor para Paredes Orbitárias e Corpos Estranhos


Essa incidência é usada para avaliação de fraturas orbitárias superiores, corpos estranhos e seios frontais.

Posição do paciente:

Paciente em ortostático ou decúbito ventral.

Nariz e testa apoiados no receptor.

OML perpendicular ao receptor.

Parâmetros técnicos:

kVp: 70-80

mAs: 12-25

DFF: 100-110 cm

Raio central:

Angulado 15° caudal, incidindo na glabela.

Critérios de imagem adequada:

Órbitas simétricas sem rotação.

Bordas orbitárias bem definidas.

Petrosas no terço inferior das órbitas.

1.3 Incidência Lateral das Órbitas – Melhor para Corpos Estranhos e Fraturas


Essa incidência é ideal para avaliar corpos estranhos intraoculares e fraturas orbitárias laterais.

Posição do paciente:

Paciente em ortostático ou decúbito lateral.

Cabeça lateralizada, lado de interesse próximo ao receptor.

Plano interpupilar perpendicular ao receptor.

Parâmetros técnicos:

kVp: 65-75

mAs: 8-15

DFF: 100-110 cm

Raio central: Perpendicular, incidindo no meio da órbita.

Critérios de imagem adequada:

Órbitas superpostas sem desalinhamento.

Fissura orbital superior e canal óptico bem visíveis.

Sem sobreposição da base do crânio.

2. Indicações do Exame

Fratura do assoalho orbitário (“blow-out fracture”).

Fraturas orbitárias superiores e laterais.

Pesquisa de corpos estranhos metálicos antes de exame de ressonância magnética (RM).

Tumores ósseos orbitários.

Processos inflamatórios e sinusopatias orbitárias.

3. Considerações Especiais

Proteção radiológica: Avental de chumbo deve ser utilizado para proteção da tireoide e do tórax.

Pacientes pediátricos: Ajustar os parâmetros técnicos para reduzir a exposição à radiação.

Se houver suspeita de fraturas múltiplas ou lesões orbitárias complexas: A TC de órbitas é recomendada para melhor detalhamento.

Se suspeita de corpo estranho metálico intraocular: O exame deve ser feito antes de qualquer ressonância magnética (RM) para evitar riscos.