quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Protocolo de Radiografia do Cotovelo

 

Protocolo de Radiografia do Cotovelo


1. Indicações Clínicas


A radiografia do cotovelo é indicada para avaliação de:

Fraturas (cabeça do rádio, olécrano, epicôndilos, diáfise umeral distal)

Luxações

Epifisiólises (em crianças)

Processos inflamatórios/infecciosos (artrite, osteomielite)

Doenças degenerativas (osteoartrose, artropatias inflamatórias)

Corpos livres intra-articulares

Síndrome do impacto posterior do cotovelo

2. Posicionamento do Paciente


O exame pode ser realizado com o paciente sentado junto à mesa de exame, com o braço apoiado e posicionado corretamente. Em casos de trauma, adaptações podem ser necessárias.

3. Incidências Radiográficas Padrão


1. Anteroposterior (AP)

O paciente deve estar sentado ao lado da mesa com o braço totalmente estendido.

A palma da mão voltada para cima (supinação).

O epicôndilo medial e lateral devem estar equidistantes do receptor de imagem.

O raio central deve ser perpendicular à articulação do cotovelo.

Objetivo: Avaliação da articulação umeroradial e umeroulnar, além de possíveis fraturas.


2. Perfil (Lateral)

O paciente deve flexionar o cotovelo a 90° e manter o antebraço e o braço na mesma altura da mesa.

A mão deve estar posicionada em pronação, de modo que o olécrano e a troclea fiquem bem visíveis.

O raio central deve incidir perpendicularmente sobre o cotovelo.

Objetivo: Avaliação de derrame articular, fraturas do olécrano e deslocamentos articulares.


3. Incidência Obliqua Interna

O braço deve estar estendido com o antebraço em pronação total.

O epicôndilo medial deve estar mais próximo do receptor de imagem.

O raio central deve incidir perpendicularmente sobre o cotovelo.

Objetivo: Melhor visualização da porção medial do cotovelo, especialmente a tróclea e a coronoide.


4. Incidência Obliqua Externa

O braço deve estar estendido e rodado lateralmente.

A palma da mão deve estar voltada para cima.

O raio central deve incidir perpendicularmente sobre a articulação do cotovelo.

Objetivo: Avaliação da cabeça do rádio sem sobreposição da ulna.


5. Incidência de Coyle (para fraturas da cabeça do rádio ou coronoide)

Cabeça do rádio: Cotovelo flexionado a 90°, feixe inclinado 45° em direção ao ombro.

Processo coronóide: Cotovelo flexionado a 80°, feixe inclinado 45° em direção ao antebraço.

Objetivo: Avaliação detalhada das estruturas ósseas quando a incidência oblíqua padrão não é suficiente.

4. Parâmetros Técnicos

kVp: 55-65

mAs: Ajustado conforme a espessura do cotovelo

Distância foco-filme (DFOF): 100-110 cm

Grade Antidispersora: Não necessária, exceto em pacientes muito obesos

Colimação: Ajustada para incluir a articulação do cotovelo e uma pequena porção do úmero e do rádio-ulna

5. Critérios de Qualidade

Incidência AP: Deve mostrar a articulação do cotovelo com o epicôndilo medial e lateral em perfil.

Perfil: Deve haver sobreposição perfeita do capítulo e da tróclea.

Oblíquas: A incidência lateral deve mostrar a cabeça do rádio sem sobreposição, e a medial deve evidenciar o processo coronóide.

Sem artefatos e com nitidez adequada.

6. Considerações Especiais

Trauma: Se o paciente não conseguir estender o braço para AP, pode-se realizar duas incidências (úmero AP e antebraço AP separados).

Pediatria: Ajustar técnica para reduzir dose de radiação.

Pacientes com gesso ou órtese: Ajustar o kVp para melhor penetração.

Se houver suspeita de fratura intra-articular: Pode-se complementar com tomografia computadorizada (TC) para avaliação detalhada.