Protocolo de Radiografia do Cotovelo
1. Indicações Clínicas
A radiografia do cotovelo é indicada para avaliação de:
• Fraturas (cabeça do rádio, olécrano, epicôndilos, diáfise umeral distal)
• Luxações
• Epifisiólises (em crianças)
• Processos inflamatórios/infecciosos (artrite, osteomielite)
• Doenças degenerativas (osteoartrose, artropatias inflamatórias)
• Corpos livres intra-articulares
• Síndrome do impacto posterior do cotovelo
2. Posicionamento do Paciente
O exame pode ser realizado com o paciente sentado junto à mesa de exame, com o braço apoiado e posicionado corretamente. Em casos de trauma, adaptações podem ser necessárias.
3. Incidências Radiográficas Padrão
1. Anteroposterior (AP)
• O paciente deve estar sentado ao lado da mesa com o braço totalmente estendido.
• A palma da mão voltada para cima (supinação).
• O epicôndilo medial e lateral devem estar equidistantes do receptor de imagem.
• O raio central deve ser perpendicular à articulação do cotovelo.
• Objetivo: Avaliação da articulação umeroradial e umeroulnar, além de possíveis fraturas.
2. Perfil (Lateral)
• O paciente deve flexionar o cotovelo a 90° e manter o antebraço e o braço na mesma altura da mesa.
• A mão deve estar posicionada em pronação, de modo que o olécrano e a troclea fiquem bem visíveis.
• O raio central deve incidir perpendicularmente sobre o cotovelo.
• Objetivo: Avaliação de derrame articular, fraturas do olécrano e deslocamentos articulares.
3. Incidência Obliqua Interna
• O braço deve estar estendido com o antebraço em pronação total.
• O epicôndilo medial deve estar mais próximo do receptor de imagem.
• O raio central deve incidir perpendicularmente sobre o cotovelo.
• Objetivo: Melhor visualização da porção medial do cotovelo, especialmente a tróclea e a coronoide.
4. Incidência Obliqua Externa
• O braço deve estar estendido e rodado lateralmente.
• A palma da mão deve estar voltada para cima.
• O raio central deve incidir perpendicularmente sobre a articulação do cotovelo.
• Objetivo: Avaliação da cabeça do rádio sem sobreposição da ulna.
5. Incidência de Coyle (para fraturas da cabeça do rádio ou coronoide)
• Cabeça do rádio: Cotovelo flexionado a 90°, feixe inclinado 45° em direção ao ombro.
• Processo coronóide: Cotovelo flexionado a 80°, feixe inclinado 45° em direção ao antebraço.
• Objetivo: Avaliação detalhada das estruturas ósseas quando a incidência oblíqua padrão não é suficiente.
4. Parâmetros Técnicos
• kVp: 55-65
• mAs: Ajustado conforme a espessura do cotovelo
• Distância foco-filme (DFOF): 100-110 cm
• Grade Antidispersora: Não necessária, exceto em pacientes muito obesos
• Colimação: Ajustada para incluir a articulação do cotovelo e uma pequena porção do úmero e do rádio-ulna
5. Critérios de Qualidade
• Incidência AP: Deve mostrar a articulação do cotovelo com o epicôndilo medial e lateral em perfil.
• Perfil: Deve haver sobreposição perfeita do capítulo e da tróclea.
• Oblíquas: A incidência lateral deve mostrar a cabeça do rádio sem sobreposição, e a medial deve evidenciar o processo coronóide.
• Sem artefatos e com nitidez adequada.
6. Considerações Especiais
• Trauma: Se o paciente não conseguir estender o braço para AP, pode-se realizar duas incidências (úmero AP e antebraço AP separados).
• Pediatria: Ajustar técnica para reduzir dose de radiação.
• Pacientes com gesso ou órtese: Ajustar o kVp para melhor penetração.
• Se houver suspeita de fratura intra-articular: Pode-se complementar com tomografia computadorizada (TC) para avaliação detalhada.