sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Protocolo de Ressonância Magnética para Tumores da Tireoide e Paratireoide

 

Protocolo de Ressonância Magnética para Tumores da Tireoide e Paratireoide

A ressonância magnética (RM) é um exame complementar na avaliação de tumores da tireoide e paratireoide, sendo mais útil em casos de neoplasias avançadas, extensão extracapsular, invasão de estruturas adjacentes e metástases. Embora a ultrassonografia (US) e a tomografia computadorizada (TC) sejam frequentemente os exames de escolha para a avaliação primária da tireoide, a RM pode fornecer informações adicionais sobre a composição do tumor, vascularização, relação com estruturas cervicais e extensão mediastinal.


1. Indicações

  • Caracterização de tumores tireoidianos avançados (avaliação de invasão extraglandular e comprometimento de estruturas adjacentes).
  • Diferenciação entre lesões benignas e malignas.
  • Identificação de metástases linfonodais cervicais.
  • Avaliação de invasão vascular (veia jugular interna, artéria carótida, traqueia e esôfago).
  • Tumores da paratireoide (adenomas ou carcinomas paratireoides).
  • Avaliação pré-operatória em tumores volumosos ou com extensão retroesternal.

2. Posicionamento do Paciente

  • Decúbito dorsal, com a cabeça levemente hiperestendida para melhor visualização da tireoide e paratireoide.
  • Uso de bobina de cabeça e pescoço de alta resolução.
  • Evitar movimentos voluntários e deglutição durante as aquisições.
  • Instrução para manter a respiração tranquila e reduzir artefatos.

3. Sequências e Parâmetros Técnicos

Sequência Plano Parâmetros Principais Finalidade
T1 SE Axial e Coronal TR/TE ~600/10 ms Avaliação anatômica, diferenciação entre tecido adiposo e lesões sólidas
T2 FSE com supressão de gordura (FatSat ou STIR) Axial e Coronal TR/TE ~4000-5000/80-100 ms Diferenciação entre cistos, lesões sólidas e edema inflamatório
DWI (Difusão) Axial b = 0, 800-1000 s/mm² Avaliação da restrição de difusão, diferenciação entre tumores benignos e malignos
T1 com Gadolinio Axial e Sagital TR/TE ~600/10 ms Avaliação de vascularização tumoral e extensão perineural
T1 FatSat Pós-Contraste Axial e Coronal TR/TE ~600/10 ms Melhor visualização de realce tumoral e diferenciação de linfonodos metastáticos
3D TOF MRA (Opcional) Axial Alta resolução Avaliação de invasão vascular e trombose venosa

4. Achados Patológicos

Tumores Malignos da Tireoide

  • Carcinoma papilífero: lesão hipo/iso-intensa em T1, hiperintensa em T2, realce pós-contraste variável.
  • Carcinoma folicular: invasão capsular e vascular evidente, realce pós-contraste intenso.
  • Carcinoma medular: pode apresentar calcificações e realce pós-contraste heterogêneo.
  • Carcinoma anaplásico: invasivo, realce pós-contraste intenso, frequentemente com necrose central.

Adenomas e Tumores Benignos

  • Adenomas tireoidianos: bem delimitados, realce homogêneo.
  • Cistos tireoidianos: hiperintensos em T2, sem realce pós-contraste.

Tumores da Paratireoide

  • Adenomas paratireoides: realce intenso pós-contraste, hipointensos em T1.
  • Carcinomas paratireoides: massas sólidas infiltrativas, podem invadir tecidos adjacentes.

5. Preparo do Paciente

  • Jejum de 4 horas, se for utilizado contraste.
  • Preenchimento do questionário de segurança para RM.
  • Uso de gadolínio obrigatório para avaliação tumoral e diferenciação entre tecidos.
  • Remoção de objetos metálicos e próteses dentárias removíveis, para minimizar artefatos.
  • Instrução para evitar deglutição e falar durante a aquisição.

6. Considerações Adicionais

  • DWI e ADC são essenciais para diferenciar tumores agressivos e benignos.
  • Comparação com exames prévios (US e TC) auxilia na detecção de progressão ou resposta ao tratamento.
  • Avaliação de extensão mediastinal pode ser feita com RM de tórax se necessário.
  • PET-CT pode ser necessário para avaliação metabólica de metástases.