sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Protocolo de Ressonância Magnética para Avaliação da Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT)

 

Protocolo de Ressonância Magnética para Avaliação da Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT)

A ressonância magnética (RM) é um exame essencial na avaliação da Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT), permitindo a visualização detalhada das estruturas vasculares, nervosas e musculoesqueléticas envolvidas. A RM dinâmica pode ser utilizada para avaliar compressões intermitentes que ocorrem em determinadas posições do braço.


1. Indicações

  • Dor e parestesia em membro superior sugestiva de compressão neurovascular.
  • Fraqueza muscular e alterações motoras no membro superior.
  • Síndrome do desfiladeiro torácico neurogênica (compressão do plexo braquial).
  • Síndrome do desfiladeiro torácico vascular (compressão da artéria ou veia subclávia).
  • Trombose venosa subclávia (Síndrome de Paget-Schroetter).
  • Avaliação de variantes anatômicas (ex.: costela cervical, hipertrofia do músculo escaleno, bandas fibróticas).

2. Posicionamento do Paciente

  • Decúbito dorsal com cabeça neutra.
  • Uso de bobina de ombro ou bobina de cabeça e pescoço de alta resolução.
  • Aquisições realizadas com o braço em repouso e em elevação (posição de estresse, quando possível) para avaliação dinâmica.
  • Evitar movimentos involuntários e respirar suavemente para minimizar artefatos.

3. Sequências e Parâmetros Técnicos

Sequência Plano Parâmetros Principais Finalidade
T1 SE Axial e Coronal TR/TE ~600/10 ms Avaliação anatômica do desfiladeiro torácico e estruturas musculoesqueléticas
T2 FSE com supressão de gordura (FatSat ou STIR) Axial e Coronal TR/TE ~4000-5000/80-100 ms Identificação de edema, inflamação ou compressão do plexo braquial
MRA (Angio-RM 3D TOF, sem contraste) Axial e Sagital Alta resolução Avaliação da artéria subclávia e possíveis áreas de estenose
MRV (Venografia por RM, com ou sem contraste) Axial Alta resolução Avaliação da veia subclávia e possíveis tromboses ou compressões venosas
T1 FatSat Pós-Contraste Axial e Coronal TR/TE ~600/10 ms Avaliação de inflamação, fibrose ou massa compressiva
Sequências dinâmicas (opcional) Axial e Sagital Realizadas com braço em repouso e em abdução máxima Análise da compressão neurovascular em diferentes posições

4. Achados Patológicos

Síndrome do Desfiladeiro Torácico Neurogênica

  • Edema e espessamento do plexo braquial em T2/STIR.
  • Deslocamento ou compressão dos troncos nervosos entre músculos escalenos ou pela costela cervical.

Síndrome do Desfiladeiro Torácico Vascular

  • Estenose da artéria subclávia em posição de estresse.
  • Dilatação pós-estenótica da artéria subclávia.
  • Trombose venosa subclávia com ausência de fluxo na MRV.
  • Compressão intermitente da veia subclávia entre a clavícula e a primeira costela.

Variantes Anatômicas

  • Costela cervical ou alongamento do processo transverso de C7.
  • Hipertrofia do músculo escaleno ou bandas fibróticas.
  • Alterações ósseas pós-trauma ou cirurgia.

5. Preparo do Paciente

  • Jejum de 4 horas, caso seja necessário contraste.
  • Preenchimento do questionário de segurança para RM.
  • Realização da RM em repouso e, quando possível, com o braço em abdução para avaliar compressões dinâmicas.

6. Considerações Adicionais

  • A RM dinâmica é essencial para detectar compressões que ocorrem apenas em determinadas posições do braço.
  • Comparação com exames prévios (TC e RM) auxilia na diferenciação entre alterações crônicas e agudas.
  • MRV e MRA são fundamentais para diferenciar a SDT neurogênica da vascular.
  • A correlação clínica com exames eletrofisiológicos (eletroneuromiografia) pode ser necessária para confirmar o diagnóstico.