Protocolo de Ressonância Magnética para Avaliação da Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT)
A ressonância magnética (RM) é um exame essencial na avaliação da Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT), permitindo a visualização detalhada das estruturas vasculares, nervosas e musculoesqueléticas envolvidas. A RM dinâmica pode ser utilizada para avaliar compressões intermitentes que ocorrem em determinadas posições do braço.
1. Indicações
- Dor e parestesia em membro superior sugestiva de compressão neurovascular.
- Fraqueza muscular e alterações motoras no membro superior.
- Síndrome do desfiladeiro torácico neurogênica (compressão do plexo braquial).
- Síndrome do desfiladeiro torácico vascular (compressão da artéria ou veia subclávia).
- Trombose venosa subclávia (Síndrome de Paget-Schroetter).
- Avaliação de variantes anatômicas (ex.: costela cervical, hipertrofia do músculo escaleno, bandas fibróticas).
2. Posicionamento do Paciente
- Decúbito dorsal com cabeça neutra.
- Uso de bobina de ombro ou bobina de cabeça e pescoço de alta resolução.
- Aquisições realizadas com o braço em repouso e em elevação (posição de estresse, quando possível) para avaliação dinâmica.
- Evitar movimentos involuntários e respirar suavemente para minimizar artefatos.
3. Sequências e Parâmetros Técnicos
Sequência | Plano | Parâmetros Principais | Finalidade |
---|---|---|---|
T1 SE | Axial e Coronal | TR/TE ~600/10 ms | Avaliação anatômica do desfiladeiro torácico e estruturas musculoesqueléticas |
T2 FSE com supressão de gordura (FatSat ou STIR) | Axial e Coronal | TR/TE ~4000-5000/80-100 ms | Identificação de edema, inflamação ou compressão do plexo braquial |
MRA (Angio-RM 3D TOF, sem contraste) | Axial e Sagital | Alta resolução | Avaliação da artéria subclávia e possíveis áreas de estenose |
MRV (Venografia por RM, com ou sem contraste) | Axial | Alta resolução | Avaliação da veia subclávia e possíveis tromboses ou compressões venosas |
T1 FatSat Pós-Contraste | Axial e Coronal | TR/TE ~600/10 ms | Avaliação de inflamação, fibrose ou massa compressiva |
Sequências dinâmicas (opcional) | Axial e Sagital | Realizadas com braço em repouso e em abdução máxima | Análise da compressão neurovascular em diferentes posições |
4. Achados Patológicos
Síndrome do Desfiladeiro Torácico Neurogênica
- Edema e espessamento do plexo braquial em T2/STIR.
- Deslocamento ou compressão dos troncos nervosos entre músculos escalenos ou pela costela cervical.
Síndrome do Desfiladeiro Torácico Vascular
- Estenose da artéria subclávia em posição de estresse.
- Dilatação pós-estenótica da artéria subclávia.
- Trombose venosa subclávia com ausência de fluxo na MRV.
- Compressão intermitente da veia subclávia entre a clavícula e a primeira costela.
Variantes Anatômicas
- Costela cervical ou alongamento do processo transverso de C7.
- Hipertrofia do músculo escaleno ou bandas fibróticas.
- Alterações ósseas pós-trauma ou cirurgia.
5. Preparo do Paciente
- Jejum de 4 horas, caso seja necessário contraste.
- Preenchimento do questionário de segurança para RM.
- Realização da RM em repouso e, quando possível, com o braço em abdução para avaliar compressões dinâmicas.
6. Considerações Adicionais
- A RM dinâmica é essencial para detectar compressões que ocorrem apenas em determinadas posições do braço.
- Comparação com exames prévios (TC e RM) auxilia na diferenciação entre alterações crônicas e agudas.
- MRV e MRA são fundamentais para diferenciar a SDT neurogênica da vascular.
- A correlação clínica com exames eletrofisiológicos (eletroneuromiografia) pode ser necessária para confirmar o diagnóstico.