domingo, 16 de fevereiro de 2025

Protocolo de Ressonância Magnética para Avaliação do Diafragma (Paralisia, Tumores, Herniações)

 Protocolo de Ressonância Magnética para Avaliação do Diafragma (Paralisia, Tumores, Herniações)


ressonância magnética (RM) é um exame complementar altamente útil na avaliação do diafragma, permitindo a caracterização detalhada de paralisia diafragmática, tumores, processos infiltrativos e herniações. A RM oferece excelente contraste tecidual e avaliação dinâmica das funções do diafragma, o que pode ser essencial para diferenciar disfunções neuromusculares de causas estruturais.

1. Indicações

 Avaliação de paralisia diafragmática uni ou bilateral (idiopática, pós-cirúrgica, neuromuscular).

 Investigação de tumores diafragmáticos primários e metastáticos.

 Detecção de processos infiltrativos ou inflamatórios do diafragma.

 Diagnóstico de hérnias diafragmáticas congênitas e adquiridas.

 Monitoramento pós-operatório de reconstrução diafragmática.

 Diferenciação entre disfunção neuromuscular e causas mecânicas.

2. Posicionamento do Paciente

 Decúbito dorsal, com os braços ao lado do corpo.

 Uso de bobina de tórax e abdome de alta resolução.

 Respiração controlada ou aquisição em apneia para minimizar artefatos de movimento.

 Aquisição dinâmica em respiração espontânea e forçada, se necessário.

3. Sequências e Parâmetros Técnicos

Sequência

Plano

Parâmetros Principais

Finalidade

T1 SE

Axial e Sagital

TR/TE ~600/10 ms

Avaliação anatômica do diafragma e diferenciação entre gordura, músculos e tumores

T2 FSE com supressão de gordura (FatSat ou STIR)

Axial e Coronal

TR/TE ~4000-5000/80-100 ms

Identificação de inflamação, edema muscular e processos infiltrativos

DWI (Difusão)

Axial

b = 0, 800-1000 s/mm²

Diferenciação entre tumores benignos e malignos (ADC reduzido em neoplasias agressivas)

CINE RM (Sequências SSFP - Steady State Free Precession)

Sagital e Coronal

Sequências dinâmicas

Avaliação funcional do diafragma em diferentes fases respiratórias

T1 com Gadolinio

Axial e Sagital

TR/TE ~600/10 ms

Avaliação de vascularização tumoral e processos inflamatórios/infiltrativos

T1 FatSat Pós-Contraste

Axial e Coronal

TR/TE ~600/10 ms

Melhor visualização de realce tumoral e diferenciação de fibrose diafragmática

MRA (Angio-RM 3D TOF, sem contraste)

Axial e Sagital

Alta resolução

Avaliação da relação de tumores com vasos torácicos e abdominais

4. Achados Patológicos


Paralisia Diafragmática

 Ausência de mobilidade diafragmática na CINE RM.

 Elevação unilateral do diafragma em posição supina.

 Hipotrofia ou atrofia do músculo diafragmático em T1.

 Sinal hiperintenso em T2/STIR em casos de inflamação aguda ou denervação recente.


Tumores do Diafragma

 Neoplasias benignas (lipomas, fibromas): Sinal hiperintenso em T1 (lipomas), realce homogêneo pós-contraste.

 Tumores malignos (sarcomas, mesoteliomas, metástases): Massa heterogênea, realce pós-contraste irregular, possível invasão de estruturas adjacentes.

 Neoplasias metastáticas: Associadas a espessamento diafragmático e possível realce na difusão (DWI com ADC reduzido).


Processos Infiltrativos e Inflamatórios

 Edema muscular difuso em T2/STIR, associado a infecções ou processos autoimunes.

 Realce homogêneo pós-contraste em peritonites ou infecções secundárias.


Hérnias Diafragmáticas

 Hérnia de Bochdalek (posterolateral, congênita): Protusão do conteúdo abdominal para o tórax, melhor vista em T1 e T2.

 Hérnia de Morgagni (anterior, adquirida ou congênita): Pequena protrusão de gordura ou vísceras no espaço retroesternal.

 Hérnias traumáticas: Defeito focal no diafragma, frequentemente com vísceras torácicas mal posicionadas.

5. Preparo do Paciente

 Jejum de 4 horas, caso seja necessário contraste.

 Preenchimento do questionário de segurança para RM.

 Uso de gadolínio opcional, recomendado para diferenciação de tumores e processos inflamatórios.

 Aquisição em repouso e com variação respiratória, se possível, para avaliação funcional do diafragma.

6. Considerações Adicionais

 CINE RM é crucial para avaliação da paralisia diafragmática e hérnias dinâmicas.

 DWI e ADC auxiliam na diferenciação entre tumores benignos e malignos.

 Comparação com exames prévios (TC, PET-CT) auxilia na avaliação da progressão tumoral ou resposta ao tratamento.

 Ultrassonografia diafragmática pode ser complementar para avaliação da mobilidade em tempo real.