PROTOCOLO PARA SEQUÊNCIA T2 DIR CUBE EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM)
1. Indicações Clínicas
A sequência T2 DIR (Double Inversion Recovery) Cube é uma técnica volumétrica isotrópica que melhora a detecção de lesões na substância branca e cortical, com supressão simultânea do líquor e da substância branca. É especialmente útil em:
• Esclerose múltipla (EM) e doenças desmielinizantes → Melhor detecção de lesões corticais e da junção córtico-subcortical.
• Epilepsia → Visualização aprimorada de displasias corticais e lesões sutis na substância cinzenta.
• Meningites e encefalites → Avaliação de inflamação meníngea e parenquimatosa.
• Tumores cerebrais infiltrativos → Melhor contraste entre lesões e tecido normal.
• Doenças neurodegenerativas → Investigação de atrofia e alterações corticais iniciais.
2. Parâmetros Gerais da Sequência T2 DIR CUBE
A técnica T2 DIR CUBE utiliza a supressão dupla de sinais (LCR + substância branca), proporcionando uma melhor caracterização de lesões na interface córtico-subcortical.
Parâmetro |
Configuração Recomendada |
---|---|
Plano de aquisição |
Axial (ou isotrópico para reformatações MPR) |
Espessura de corte |
1,0 mm a 1,2 mm (isotrópico) |
Matriz |
256 x 256 ou superior |
FOV (Campo de Visão) |
220-250 mm |
TR (Tempo de Repetição) |
8000-12000 ms (dependendo do scanner) |
TE (Tempo de Eco) |
90-140 ms |
TI1 (Primeira Inversão – Supressão do Líquor) |
2200-2600 ms |
TI2 (Segunda Inversão – Supressão da Substância Branca) |
350-500 ms |
Fat Suppression |
Opcional (para diferenciar lesões corticais) |
Flip Angle |
Variável (uso de refocusing em técnicas Cube ou SPACE) |
NEX (Excitações) |
1 a 2 |
Modo de reconstrução |
3D volumétrico com reformatações multiplanares (Axial, Sagital e Coronal) |
3. Benefícios da Técnica T2 DIR CUBE
• Supressão simultânea do líquor e da substância branca → Melhor detecção de lesões corticais e da interface córtico-subcortical.
• Aquisição volumétrica isotrópica → Permite reconstrução multiplanar sem perda de resolução (Axial, Coronal e Sagital).
• Maior contraste entre lesões e tecido saudável → Excelente para esclerose múltipla e epilepsia.
• Redução de artefatos de fluxo → Menos interferência do líquor em relação ao FLAIR tradicional.
4. Considerações Especiais
• Pacientes com esclerose múltipla → Importante associar com sequências T1 pós-contraste e SWI para avaliação de lesões inflamatórias ativas.
• Pacientes com epilepsia → Comparação com T1 3D e FLAIR 3D para análise cortical detalhada.
• Uso em protocolos neuro-oncológicos → Complementar com DWI/ADC e Perfusão (PWI) para diferenciar lesões neoplásicas de edema.
• Ajuste de TI2 → Pode ser necessário para otimizar a supressão da substância branca dependendo do scanner e da faixa etária do paciente.