sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

PROTOCOLO PARA SEQUÊNCIA T2 DIR CUBE EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM)

 

PROTOCOLO PARA SEQUÊNCIA T2 DIR CUBE EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM)


1. Indicações Clínicas


A sequência T2 DIR (Double Inversion Recovery) Cube é uma técnica volumétrica isotrópica que melhora a detecção de lesões na substância branca e cortical, com supressão simultânea do líquor e da substância branca. É especialmente útil em:

Esclerose múltipla (EM) e doenças desmielinizantes → Melhor detecção de lesões corticais e da junção córtico-subcortical.

Epilepsia → Visualização aprimorada de displasias corticais e lesões sutis na substância cinzenta.

Meningites e encefalites → Avaliação de inflamação meníngea e parenquimatosa.

Tumores cerebrais infiltrativos → Melhor contraste entre lesões e tecido normal.

Doenças neurodegenerativas → Investigação de atrofia e alterações corticais iniciais.

2. Parâmetros Gerais da Sequência T2 DIR CUBE


A técnica T2 DIR CUBE utiliza a supressão dupla de sinais (LCR + substância branca), proporcionando uma melhor caracterização de lesões na interface córtico-subcortical.

Parâmetro

Configuração Recomendada

Plano de aquisição

Axial (ou isotrópico para reformatações MPR)

Espessura de corte

1,0 mm a 1,2 mm (isotrópico)

Matriz

256 x 256 ou superior

FOV (Campo de Visão)

220-250 mm

TR (Tempo de Repetição)

8000-12000 ms (dependendo do scanner)

TE (Tempo de Eco)

90-140 ms

TI1 (Primeira Inversão – Supressão do Líquor)

2200-2600 ms

TI2 (Segunda Inversão – Supressão da Substância Branca)

350-500 ms

Fat Suppression

Opcional (para diferenciar lesões corticais)

Flip Angle

Variável (uso de refocusing em técnicas Cube ou SPACE)

NEX (Excitações)

1 a 2

Modo de reconstrução

3D volumétrico com reformatações multiplanares (Axial, Sagital e Coronal)

3. Benefícios da Técnica T2 DIR CUBE

Supressão simultânea do líquor e da substância branca → Melhor detecção de lesões corticais e da interface córtico-subcortical.

Aquisição volumétrica isotrópica → Permite reconstrução multiplanar sem perda de resolução (Axial, Coronal e Sagital).

Maior contraste entre lesões e tecido saudável → Excelente para esclerose múltipla e epilepsia.

Redução de artefatos de fluxo → Menos interferência do líquor em relação ao FLAIR tradicional.

4. Considerações Especiais

Pacientes com esclerose múltipla → Importante associar com sequências T1 pós-contraste e SWI para avaliação de lesões inflamatórias ativas.

Pacientes com epilepsia → Comparação com T1 3D e FLAIR 3D para análise cortical detalhada.

Uso em protocolos neuro-oncológicos → Complementar com DWI/ADC e Perfusão (PWI) para diferenciar lesões neoplásicas de edema.

Ajuste de TI2 → Pode ser necessário para otimizar a supressão da substância branca dependendo do scanner e da faixa etária do paciente.