quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Radiografia da Orelha/Mastóide

 

Protocolo de Radiografia da Orelha/Mastóide

A radiografia da orelha e mastoide, embora menos utilizada atualmente devido à superioridade da tomografia computadorizada (TC) e da ressonância magnética (RM), ainda pode ser empregada na investigação de doenças do osso temporal, processos infecciosos e fraturas.


1. Posicionamento do Paciente

O exame pode incluir diferentes incidências, dependendo da indicação clínica. As mais comuns são:

1.1. Incidência de Schüller (Lateral da Mastoide)

  • Finalidade: Avaliação das células mastoideas e das estruturas ósseas adjacentes.
  • Posição do paciente: Paciente em decúbito ventral ou ortostático com o lado a ser examinado apoiado no chassi.
  • Posição da cabeça: Linha interpupilar perpendicular ao detector.
  • Raio central: Direcionado 2 cm acima e 2 cm atrás do meato acústico externo, com inclinação de 25° caudal.
  • Chassi/Detector: 18x24 cm na vertical.
  • DFF (Distância Foco-Filme): 100 cm.

1.2. Incidência de Stenvers (Oblíqua Anteroposterior da Mastoide)

  • Finalidade: Avaliação do conduto auditivo interno, canais semicirculares e estruturas da mastoide.
  • Posição do paciente: Paciente em decúbito ventral ou ortostático, com a cabeça rodada 45° e a testa e o nariz apoiados no chassi.
  • Raio central: Incidindo a 12° cefálico, entrando 3 cm acima e posteriormente ao meato acústico externo.
  • DFF: 100 cm.

1.3. Incidência de Law (Oblíqua da Mastoide)

  • Finalidade: Avaliação da articulação temporomandibular (ATM) e das células mastoideas.
  • Posição do paciente: Paciente em decúbito ventral ou ortostático com a cabeça lateralizada e levemente rodada 15° para frente.
  • Raio central: Direcionado com 15° caudal, incidindo 2 cm acima do meato acústico externo.
  • DFF: 100 cm.

2. Parâmetros Técnicos

  • kVp: 65-75 kVp
  • mAs: 8-20 mAs, dependendo da espessura óssea e do equipamento.
  • Foco: Pequeno, para melhor definição óssea.
  • Grade anti-difusora: Recomendada para reduzir dispersão em imagens de estruturas ósseas densas.

3. Indicações Clínicas

  • Investigação de otite média crônica com suspeita de erosão óssea.
  • Mastoidite aguda ou crônica.
  • Fraturas do osso temporal.
  • Avaliação da integridade da orelha média e células mastoideas.
  • Suspeita de colesteatoma (embora a TC seja o exame de escolha).

4. Considerações Especiais

  • Radioproteção: Uso de protetores de gônadas e colimadores para minimizar a exposição.
  • Evitar movimentação: A estabilidade da cabeça é essencial para evitar artefatos.
  • Complementação com TC: Em suspeitas de alterações ósseas ou processos infecciosos, a TC é frequentemente solicitada para avaliação detalhada.

A radiografia da mastoide tem utilidade limitada atualmente, mas pode ser empregada como triagem inicial, principalmente em locais onde a TC não está prontamente disponível.