quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Radiografia Dinâmica da Coluna Torácica

 

Protocolo de Radiografia Dinâmica da Coluna Torácica

A radiografia dinâmica da coluna torácica é menos solicitada do que na coluna cervical e lombar devido à rigidez natural da região torácica e à presença da caixa torácica, que limita a amplitude de movimento. No entanto, pode ser útil para avaliar instabilidades vertebrais, cifose progressiva, fraturas ocultas, espondilolistese e doenças degenerativas.


1. Posicionamento do Paciente

A radiografia dinâmica da coluna torácica é realizada em ortostase ou sentado, com o paciente realizando movimentos controlados sob supervisão do técnico.

1.1. Incidência de Perfil em Flexão Máxima

  • Finalidade: Avaliação da mobilidade torácica, cifose dinâmica e instabilidade segmentar.
  • Posição do paciente:
    • Paciente em pé ou sentado.
    • Instruído a flexionar o tronco para frente, tentando curvar a coluna torácica sem dobrar os quadris excessivamente.
    • Braços cruzados sobre o peito ou apoiados nos joelhos.
  • Raio central: Perpendicular ao filme, incidindo na região torácica média (T6-T8).
  • Chassi/Detector: 35x43 cm na vertical.
  • DFF: 120 a 150 cm.

1.2. Incidência de Perfil em Extensão Máxima

  • Finalidade: Avaliação da estabilidade torácica e alterações degenerativas.
  • Posição do paciente:
    • Paciente em pé ou sentado.
    • Instruído a extender o tronco para trás, projetando o peito para frente.
    • Braços cruzados sobre o peito ou apoiados na cintura.
  • Raio central: Perpendicular ao filme, incidindo na região torácica média (T6-T8).
  • Chassi/Detector: 35x43 cm na vertical.
  • DFF: 120 a 150 cm.

2. Parâmetros Técnicos

  • kVp: 75-90 kVp (devido à maior espessura óssea e presença da caixa torácica).
  • mAs: 15-30 mAs (ajustado conforme o biotipo do paciente).
  • Grade anti-difusora: Sim, devido à alta densidade óssea da região torácica.
  • Foco: Pequeno, para melhor definição óssea.
  • Colimação: Limitada à coluna torácica para reduzir exposição desnecessária.

3. Indicações Clínicas

  • Instabilidade torácica (ex.: pós-trauma vertebral).
  • Avaliação da cifose torácica dinâmica (ex.: cifose juvenil de Scheuermann).
  • Fraturas ocultas ou por insuficiência (ex.: osteoporose, trauma oculto).
  • Subluxações ou listeses vertebrais (ex.: espondilolistese torácica).
  • Avaliação da rigidez na doença de Scheuermann ou espondilite anquilosante.
  • Monitoramento pós-operatório após fusão ou fixação vertebral.

4. Considerações Especiais

  • Radioproteção: Uso de avental de chumbo para proteção gonadal e colimação adequada.
  • Evitar dor ou lesão adicional: Movimentos devem ser realizados lentamente e sem forçar, principalmente em pacientes com dor torácica ou pós-trauma.
  • Comparação com perfil neutro: Sempre realizar uma imagem de perfil neutro para avaliar a posição inicial.
  • Contraindicações: Pacientes com fraturas instáveis ou suspeita de compressão medular devem ser avaliados por TC ou RM antes de qualquer movimento dinâmico.
  • Alternativa: Se a mobilidade for limitada, pode-se utilizar fluoroscopia dinâmica para capturar a movimentação em tempo real.

Conclusão

A radiografia dinâmica da coluna torácica tem papel restrito, mas pode ser útil para detectar alterações dinâmicas em pacientes com suspeita de instabilidade vertebral, cifose progressiva e fraturas ocultas, sendo um complemento para a avaliação clínica ortopédica e neurocirúrgica.