quarta-feira, 5 de março de 2025

Meios de Contraste Gastrointestinais (GI) em Adultos – Indicações e Diretrizes

 

Resumo: Meios de Contraste Gastrointestinais (GI) em Adultos – Indicações e Diretrizes

Os meios de contraste gastrointestinais são usados para melhorar a visualização do trato digestivo em exames de radiografia, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM). A escolha do meio de contraste depende da indicação clínica, método de imagem e condições do paciente.


1. Tipos de Meios de Contraste GI

1.1. Contrastes à Base de Bário

  • Mais utilizado para exames radiográficos e fluoroscópicos (ex.: esofagografia, trânsito intestinal, enema opaco).
  • Vantagens: Boa opacificação e detalhamento anatômico.
  • Contraindicações:
    • Suspeita de perfuração → risco de peritonite química.
    • Obstrução intestinal grave → pode causar impactação.
    • Aspiração pulmonar → risco de pneumonite química.

1.2. Contrastes Iodados Hidrossolúveis

  • Usados quando o bário é contraindicado, como em casos de perfuração ou risco de aspiração.
  • Menos denso que o bário → pode oferecer menor qualidade diagnóstica.
  • Exemplo: Gastrografin® (diatrizoato de meglumina/sódio).
  • Precaução: Pode causar diarreia osmótica e desidratação em pacientes de risco.

1.3. Contrastes Usados em TC (Oral e Retal)

  • Iodados diluídos → usados para diferenciar alças intestinais de outras estruturas abdominais.
  • Água ou soluções neutras → alternativa para evitar artefatos e melhorar a visualização da parede intestinal.

1.4. Contrastes Usados em RM

  • Soluções de gadolínio ou substâncias paramagnéticas podem ser usadas para avaliar a motilidade e inflamações intestinais (ex.: Doença de Crohn).
  • Manitol e suco de laranja são usados como agentes de distensão em enterografia por RM.

2. Indicações dos Meios de Contraste GI

Bário (radiografia/fluoroscopia):

  • Esofagografia (disfagia, refluxo gastroesofágico).
  • Trânsito intestinal (suspeita de estenose, síndrome de má absorção).
  • Enema opaco (avaliação do cólon, pólipos, neoplasias).

Iodados hidrossolúveis (quando bário não pode ser usado):

  • Perfuração esofágica ou intestinal (ex.: suspeita de fístula).
  • Risco de aspiração (ex.: pacientes críticos, pós-cirúrgicos).

Contrastes em TC (oral ou retal):

  • Enterotomografia (TC de intestino delgado) → avaliação de inflamações, tumores e obstruções.
  • TC abdominal → diferenciação de alças intestinais e coleção de líquidos.

Contrastes em RM:

  • Entero-RM → avaliação de Doença de Crohn e neoplasias intestinais.

3. Considerações Especiais

  • Hidratação é essencial em pacientes que usam contraste iodado oral para evitar desidratação.
  • Evitar contraste iodado hipertônico em neonatos e pacientes críticos → risco de distúrbios hidroeletrolíticos.
  • Pacientes alérgicos ao iodo podem necessitar de alternativas ou premedicação.

Conclusão

A escolha do meio de contraste GI deve ser baseada na indicação clínica, segurança do paciente e qualidade da imagem desejada. O bário continua sendo a melhor opção para exames convencionais, enquanto os contrastes iodados são preferidos em situações de alto risco. Para TC e RM, contrastes específicos garantem melhor diferenciação anatômica e funcional do trato digestivo.