quarta-feira, 5 de março de 2025

Reações Adversas aos Meios de Contraste à Base de Gadolínio (GBCA)

 

Resumo: Reações Adversas aos Meios de Contraste à Base de Gadolínio (GBCA)

Os meios de contraste à base de gadolínio (GBCA) são geralmente seguros, mas podem causar reações adversas em alguns pacientes. Essas reações são classificadas como imediatas ou tardias, e variam de leves a graves.


1. Reações Adversas Imediatas (ocorrem em até 1 hora)

  • Frequência: Ocorrem em 0,01% a 0,22% dos casos (graves em 0,008%).
  • Sintomas leves (mais comuns):
    • Náusea, vômito, dor de cabeça.
    • Urticária e prurido leve.
  • Sintomas moderados:
    • Angioedema, broncoespasmo leve, hipotensão leve.
  • Sintomas graves (raros):
    • Anafilaxia, edema de glote, choque anafilático.

📌 Fatores de risco:

  • Reação prévia ao gadolínio.
  • História de alergias múltiplas ou asma.

📌 Manejo:

  • Reações leves → observação e suporte sintomático.
  • Reações moderadas → antihistamínicos e corticoides.
  • Reações graves → epinefrina IM e suporte ventilatório imediato.

2. Reações Adversas Tardias (ocorrem após 1 hora, até 1 semana)

  • Incidência de 1% a 2% dos casos.
  • Principais sintomas:
    • Exantema (erupções cutâneas) e prurido.
    • Urticária tardia.
  • Geralmente autolimitadas, tratadas com anti-histamínicos.

3. Fibrose Sistêmica Nefrogênica (FSN)

  • Risco associado ao uso de GBCA em pacientes com insuficiência renal grave (TFG < 30 mL/min/1,73m²).
  • Caracteriza-se por espessamento e endurecimento da pele, dor e rigidez articular.
  • Redução do risco:
    • Evitar GBCA em pacientes com DRC avançada.
    • Preferir agentes macrocíclicos, que têm menor risco.

4. Retenção de Gadolínio no Organismo

  • Pequenas quantidades podem ser retidas no cérebro, ossos e tecidos moles.
  • Não há evidências de toxicidade clínica em pacientes com função renal normal.
  • Recomenda-se o uso criterioso de GBCA para evitar exposições desnecessárias.

Conclusão

As reações adversas ao gadolínio são raras e geralmente leves, mas reações graves podem ocorrer, exigindo monitoramento e preparo para atendimento emergencial. O risco de fibrose sistêmica nefrogênica deve ser minimizado em pacientes com insuficiência renal, e o uso de GBCA deve ser sempre justificado.